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Nova Lei do Bem ampliará acesso a benefício fiscal

A nova Lei do Bem deverá facilitar o acesso de empresas a benefícios fiscais do programa e prevê mais opções de investimentos em inovação, segundo o MDIC (Indústria) e o Ministério de Ciência e Tecnologia.

Uma das propostas é permitir que as empresas que tiverem prejuízo fiscal em um ano possam usufruir do benefício nos anos seguintes, diz Marcos Vinícius de Souza, secretário de inovação do MDIC.

Até agora, apenas companhias com lucro conseguiam a dedução, que é feita em cima do Imposto de Renda e da CSLL (contribuição social).

“Propomos um alargamento de até três anos para que o desconto possa ser usado, quando houver lucro”, diz.

As propostas serão colocadas para aprovação no próximo encontro do Conselhão, ainda sem data.

Outra mudança é que 100% dos valores gastos com pesquisa e desenvolvimento, que são a contrapartida do programa, tenham dedução fiscal. A regra atual prevê descontos a partir de 60% dos aportes em inovação.

“A ideia é simplificar o acesso e tornar todos os gastos passíveis de incentivo.”

Além disso, os investimentos poderão ser aplicados em fundos de private equity e em aceleradoras de start-ups.

A Lei do Bem foi uma das políticas industriais condenadas pela OMC em agosto.

As discussões em torno das mudanças, porém, já ocorriam desde o início deste ano, segundo Souza.

INOVAÇÃO INCENTIVADA

Propostas da nova Lei do Bem:

> exclusão dos gastos com inovação na determinação do lucro real e da base de cálculo da CSLL, de 60% para 100%;

> inclusão de empresas que operaram com prejuízo fiscal

> previsão de investimentos em fundos de private equity e start-ups

> estímulo à contratação de mestres e doutores.

R$ 2 bilhões
foi a renúncia fiscal estimada do governo federal com a Lei do Bem em 2016*

R$ 10,5 bilhões
são os investimentos beneficiados pela dedução fiscal no ano passado*

*estimativa da Fiesp, com base em dados da Receita que vão até 2014

A distribuidora Supergasbras vai direcionar uma das maiores fatias de seu investimento de R$ 300 milhões previsto para 2018 em algo trivial: botijões vazios.

“Só nos vasilhames, serão cerca de R$ 100 milhões. À medida que expandimos a operação, é preciso investir no casco”, afirma Júlio Cardoso, diretor-executivo de negócios da companhia.

Os botijões de 13 kg representam 80% do faturamento da companhia. A distribuidora tem procurado aumentar a base de clientes no segmento corporativo, diz ele.

“Para cada novo contrato, há um investimento nosso em instalação de tanques [de gás]. Isso levou a um aporte de R$ 50 milhões neste ano, mesmo valor previsto para 2018.”

Outra aposta será em novas tecnologias. A empresa distribuiu, em Fortaleza, botões com wi-fi que, quando apertados, fazem o pedido do botijão. Neste mês, o apetrecho será levado para o interior de São Paulo.

“Há 20 anos, as pessoas compravam gás quando o caminhão passava na rua. Hoje, 85% dos clientes usam o telefone e, agora, estamos simplificando a forma de adquirir o produto.”

R$ 5 BILHÕES
é o faturamento estimado da Supergasbras para 2017

10%
é o crescimento anual previsto

4.200
são as revendas abastecidas diretamente pela companhia

Exportação ornamental

O grupo Guidoni, de extração e venda de rochas ornamentais, vai inaugurar em outubro um centro de distribuição em Verona, na Itália.

“O centro permitirá uma proximidade maior com o cliente final. A consolidação desse projeto levará a novos investimentos”, diz o diretor-executivo, Rafael Guidoni.

O empreendimento, que demandará € 1,2 milhão (R$ 4,5 milhões) para ser instalado, será o mais recente aporte da empresa no continente.

O grupo ampliou recentemente uma fábrica de chapas de quartzo na Espanha, adquirida por cerca de € 10 milhões (R$ 37,5 milhões).

O mercado externo representa quase 80% do faturamento anual da Guidoni, segundo o executivo.

“No Brasil, vamos consolidar investimentos que começamos a fazer na fábrica de quartzo, no Espírito Santo, inaugurada em março.” A previsão é de R$ 23 milhões adicionais até dezembro.

Cotização e cimento

Duas empresas imobiliárias, Toledo Ferrari e Viewco, preparam-se para comercializar um edifício corporativo nos Jardins no qual aportaram R$ 80 milhões.

Os recursos são próprios de pessoas que investiram em troca de aluguel de unidades.
A ideia é oferecer escritórios de alto padrão em espaço menor que o comum desse nicho, diz Edmond Lati, diretor-executivo da Viewco.

A comercialização terá início quando o edifício receber o Habite-se –Lati trabalha com o prazo de 30 dias.

“Temos outros prédios –um residencial e dois comerciais– que já foram lançados. No total, os aportes somam cerca de R$ 500 milhões, nosso e de investidores.”

Invasão virtual A quantidade de dados roubados ou perdidos no 1º semestre subiu 164%, segundo a multinacional de tecnologia Gemalto. Foram registradas 918 violações.

Doutor no app A Vida Class, que permite a pacientes fazer agendamentos em consultórios e laboratórios privados, investiu R$ 10 milhões em suas plataformas e aplicativos.

Arremesso O Iguatemi promoverá sessões mensais abertas a empreendedores que apresentem soluções ao negócio de shoppings. O primeiro é só para start-ups do Cubo.

Busco… A Homeserve, empresa inglesa de reparos domésticos, planeja fazer uma joint venture para entrar no mercado brasileiro, diz o executivo global, Giles Desforges.

…parceiro A previsão de investimento é de R$ 8 milhões por ano, nos cinco primeiros anos de operação. A companhia também buscará parceiros na Argentina e no Chile.

Fonte- Folha de São Paulo- 20/9/2017- http://www1.folha.uol.com.br/colunas/mercadoaberto/2017/09/1919969-nova-lei-do-bem-ampliara-acesso-a-beneficio-fiscal.shtml

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