Home > Comercial > Legislação que elimina papeladas das empresas deve ser votada na Câmara

Legislação que elimina papeladas das empresas deve ser votada na Câmara

Toda a documentação empresarial será mantida em meio eletrônico dispensando-se o uso de toneladas de papel. Essa é uma das principais mudanças do projeto do novo Código Comercial que, após tramitar por cinco anos na Câmara, está prestes a ser votado em comissão especial criada para apreciar a matéria.

Na próxima semana, o parecer do projeto deverá ser votado, como pretende o presidente da comissão, deputado Laercio Oliveira (SD-SE), que também é vice-presidente da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). A votação do relatório do deputado Paes Landim (PTB-PI) estava prevista para hoje, mas foi adiada mais uma vez.

Entre as promessas do projeto, de autoria do deputado Vicente Cândido (PT-SP), estão medidas que pretendem simplificar os processos de abertura, manutenção e fechamento de empresas, além da regulamentação de normas jurídicas, cujo objetivo é fortalecer as obrigações contratuais para dar mais segurança aos investidores.

Os integrantes da comissão ainda discutem alguns pontos para chegar a um consenso em torno da matéria. “A proposta já está há 60 dias conclusa para ser votada”, disse ao DCI. “Quando entrar em vigor, vai transformar o ambiente de negócios no Brasil”, previu.

O parlamentar está ansioso para votar o projeto desde junho, quando atendeu pedidos do relator, que queria ouvir a indústria e o segmento empresarial. Na avaliação dele, todos os setores já foram ouvidos.

Para Oliveira, os sucessivos adiamentos podem passar insegurança para o setor afetado e gerado novas demandas. “O propósito do código é rigorosamente o inverso, isto é, trazer segurança jurídica para os negócios”, afirmou.

Concorrência desleal

O projeto de lei sistematiza e atualiza a legislação sobre as relações entre pessoas jurídicas. Substituirá o Código Comercial Brasileiro, promulgado no Brasil Império, em 1850, que continua em vigor até hoje no País. Porém a maior parte do código já foi revogada por legislações posteriores, como o Código Civil.

Na proposta são tratados, entre outros pontos, punições à concorrência desleal entre as empresas, a função social da empresa para gerar lucro e o comércio na internet. Como práticas desleais, o novo Código considera o emprego de meios ilegais, imorais, desonestos, fraudulentos ou repudiados pela generalidade dos empresários que atua no mesmo segmento de mercado.

Assim são considerados a divulgação de informação falsa em detrimento da imagem de concorrente; em proveito de sua própria imagem; aliciamento, mediante recompensa de dinheiro ou outra utilidade, de empregado ou colaborador de concorrente para obter informação reservada, confidencial, sigilosa ou estratégica ou qualquer outro proveito indevido; e utilização de informação reservada, confidencial, sigilosa ou estratégica de um empresário, à qual teve acesso lícita ou ilicitamente, na exploração de empresa concorrente.

Função social

Apesar de saudada por parlamentares e entidades empresariais, a proposta é também alvo de críticas duras, como a manifestada no sábado passado pelo jurista Modesto Carvalhosa, no site Consultor Jurídico. Ele é autor do “Livro Negro da Corrupção” , ganhador do Prêmio Jabuti . “Trata-se de uma iniciativa fantasiosa, desastrosa e irresponsável”, afirma. Carvalhosa toma por base estudo realizado pela pesquisadora do Insper São Paulo, Luciana Yeung, que aponta custo de até RS 182,6 bilhões para o setor privado e para os cofres públicos, se o projeto for aprovado.

Segundo a pesquisadora, acrescenta o jurista, inclusive as pequenas empresas devem ser prejudicadas, com a possibilidade de terem que fechar suas portas pelo não cumprimento das regras com o novo código, principalmente com relação ao artigo que tratada “função social”.

Conforme o levantamento, a aprovação dos artigos que tratam da “função social” das empresas representará prejuízo estimado de até RS 1,5 bilhão, devido “ao aumento de insegurança jurídica, custos privados com precauções e litígios”.

Fonte: DCI-SP – 6/7/2016- http://fenacon.org.br/noticias/legislacao-que-elimina-papeladas-das-empresas-deve-ser-votado-na-camara-820/?utm_source=akna&utm_medium=email&utm_campaign=Press+Clipping+Fenacon+-+06+de+julho+de+2016

You may also like
Juntas Comerciais querem padronizar processo de abertura de empresas em todo o Brasil
O que Novo Código Comercial pode mudar na sua empresa
Paes Landim entrega nova versão de relatório do Código Comercial
Comissão pode votar hoje parecer do novo Código Comercial
Iniciar WhatsApp
Olá 👋
Podemos ajudá-lo?