A escassez de mão de obra e a importância da educação na qualificação profissional foram debatidas nesta segunda-feira (14) na Comissão de Serviços de Infraestrutura (CI). Para os especialistas convidados da audiência pública, o grande desafio é buscar equilíbrio entre oferta e demanda do mercado, com investimento nos cursos técnicos profissionalizantes, na educação básica e na ampliação da pós-graduação.
O coordenador do Curso de Ciência da Computação do Centro Universitário de Brasília (Uniceub), Paulo Rogério Foina, sugere uma política de longo prazo que viabilize os investimentos necessários para a educação.
Para evitar que profissionais como engenheiros e cientistas ocupem cargos técnicos, pela falta de mão de obra especializada, o professor indica a valorização do trabalho técnico e o incentivo à parceria empresa-escola.
Pós-graduação
A importância da transferência de conhecimento acadêmico para o setor produtivo foi apontada pelo diretor de avaliação da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Lívio Amaral.
O número de cursos de pós-graduação cresce em torno de 20% a cada três anos. Educação de qualidade, reconhecida internacionalmente – como o Programa Ciências Sem Fronteiras – no entanto, é acessível a uma minora, lamenta Lívio Amaral. Nesse sentido, a Capes começa a investir na formação de professores com a distribuição de bolsas, para melhoria da qualidade do ensino fundamental e médio.
Ensino profissionalizante
A coordenadora geral do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico (Pronatec), Nilva Schröeder, defende a articulação entre os diferentes agentes participantes do processo para ampliar a oferta de matrículas no ensino técnico profissionalizante.
A meta do Pronatec é oferecer 8 milhões de vagas até o fim do ano, inclusive nos institutos federais, nas redes públicas estaduais, e na educação a distância. Uma das ações é investir no retorno à sala de aula – mais de 60% dos jovens não concluem o ensino médio – com elevação da escolarização e educação integrada.
Atualmente são 220 cursos técnicos e mais 646 de formação inicial e continuada. Os cursos mais procurados são segurança do trabalho, informática, logística e enfermagem.
Para o presidente da comissão, senador Fernando Collor (PTB-AL), falta um direcionamento por parte das universidades para profissões que o mercado possa absorver. Enquanto isso, também se verifica no nível técnico uma grande carência de profissionais qualificados.
– A educação não pode ser improvisada, tem que ser de qualidade. E é isso que buscamos alcançar. Para que o Brasil possa ser visto como um país que dá aos seus a oportunidade de acesso a um bom ensino e que possa competir com o restante do mundo – concluiu o senador.
Fonte: Agência Senado; Clipping da Febrac- 15/4/2014.