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Com dificuldade para repassar custo, empresas de limpeza cortam margem

Para contornar encurtamento de contratos, prestadoras de serviços procuram diversificar nichos e fidelizar clientes, mesmo com sacrifício da rentabilidade, para esperar retomada da economia

No ramo de limpeza profissional, com o corte de serviços contratados nos principais clientes – a esfera pública, a indústria e o varejo -, a expectativa é que a margem de lucro diminua em 2016. Para driblar a instabilidade econômica, que tem impactado o segmento, buscar novos nichos tem sido a saída das empresas.

Segundo o vice-presidente administrativo financeiro da Associação Brasileira do Mercado de Limpeza Profissional (Abralimp), Paulo Peres, mesmo sem números fechados, a previsão é que o setor tenha atingido em 2015 queda similar à do Produto Interno Bruto (PIB) do País. “Dentro do ramo sempre tem empresas com melhor desempenho, depende se o parceiro é de um nicho ainda aquecido”, aponta. Para ele, uma estratégia que algumas empresas estão usando é diversificação de serviços e nichos de atuação. “Se por um lado temos clientes diminuindo a procura, por outro temos empresas entrando na terceirização para reduzir custos”, diz.

De acordo com o último Estudo do Mercado de Limpeza Profissional no Brasil da Abralimp, em 2012 o setor movimentou entre R$ 17,1 bilhões e R$ 17,8 bilhões. “Em 2016 não dá para imaginar crescimento ante 2015. Depende do cenário econômico e político do Brasil”.

Um exemplo de diversificação é o Grupo Brasanitas, que tem o plano de crescer em shopping centers, ensino e saúde. Somados aos nichos-chaves estão a indústria alimentícia, de cosmético e farmacêutico como alternativas com potencial. “De forma geral nada vem crescendo, mas são mercados que vemos como oportunidade porque precisam do serviço especializado”, afirma o diretor de unidade de negócios do Grupo Brasanitas, Márcio Custódio, ao ressaltar que alguns setores são mais regulados.

Segundo ele, a companhia também pretende atrair novos negócios atendendo empresas de médio porte e se expandindo no Norte e Nordeste. “São locais com carência de serviço especializado”, comenta.

Para ele, um dos maiores desafios para este ano é a alta do dólar, que tem encarecido o custo dos equipamentos. “Somos uma empresa grande e temos poder de barganha, mas para as menores está ainda mais difícil, porque temos dificuldade de repassar custos”, diz Custódio, apontando que o mercado deverá se consolidar.

Se por um lado o cenário econômico pressionou o desempenho do setor, por outro ajudou na qualificação da mão de obra. Custódio acredita que, com o fechamento de postos de trabalho na construção civil, a procura por emprego no setor está abundante.

Outras estratégias

“Também vimos movimento no setor hoteleiro e na indústria alimentícia”, diz o diretor comercial da Montreal Gtec Facility Services, Carlos Eduardo Panzarin de Castro Mello. Mesmo sem atender esses nichos, ele aponta que existem oportunidades nesses mercados. “Alguns hotéis estão passando as áreas comuns para terceirização”, exemplifica.

Em 2015, a Montreal Gtec Facility Services conseguiu crescer 10%, batendo apenas a inflação. “Atendemos principalmente a área industrial [de autopeças, eletrodomésticos e eletrônicos], que foram afetadas neste cenário econômico”.

Para este ano, a previsão é de conseguir alta de 10% acima da inflação. A estratégia para atingir a meta é a fidelização dos clientes e a oferta de produtos customizados. “A gente propõe soluções de acordo com as necessidades”, afirma. As customizações, segundo ele, vão de propostas de mecanização de alguns serviços (para reduzir a necessidade de mão de obra) à seleção de produtos químicos mais concentrados para diminuir o gasto com logística e uso de água.

O diretor da InService, Roberto Donato, também aposta na fidelização. Para ele, a estratégia é reduzir as margens de ganho para manter a participação de mercado esperando a economia aquecer. Outro fator que tem ajudado a empresa é a diversidade de clientes nas áreas hospitalares, industriais e de varejo. “Não dependo de nenhuma área específica.”

Franquias

De natureza um pouco diferente, o Grupo E-Lar deverá lançar ainda este ano a franquia Dona do Lar, para prestar serviços de limpeza para pessoa física e jurídica.

De acordo com o sócio-fundador do Grupo E-Lar, Luciano Lugli, o grupo já tem uma empresa que realiza o serviço de limpeza e reparos, mas, com a crescente demanda, irá passar a limpeza a uma única franquia. O foco do novo empreendimento serão as pequenas e médias empresas, sobretudo da área de tecnologia. “As pequenas também precisam de limpeza especializada, mas não podem contratar uma grande, precisam de uma empresa menor que atenda elas.”

Fonte: DCI- 8/3/2016; Clipping da Febrac.

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