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Aumenta preocupação das empresas com plano de sucessão

Entre 2014 e 2016 praticamente dobrou, ao passar de 11% para 19%, o índice de empreendimentos com um plano de sucessão formal e estruturado. Mesmo assim, por falta de planejamento neste campo e pouca visão de longo prazo, somente 12% das empresas familiares chegam à terceira geração.

Os números são da Pesquisa Global sobre Empresas Familiares e foram apresentados ontem (27/09) pela advogada Rute Endo, da Ivan Endo Advocacia, especialista convidada pela Seteco para realizar a palestra de mais um Partner Business, tradicional encontro da consultoria que, em sua 22ª edição, abordou a busca pela perpetuação dos negócios.

“O brasileiro tem olhado para as questões patrimoniais e sucessórias de forma mais profissional”. “Essa quebra de paradigma cultural tem levado mais pessoas a se reestruturar e pensar melhor na estratégia para o futuro”, disse a advogada.

Ela destacou em sua apresentação as vantagens tributárias, operacionais e até mesmo emocionais do planejamento patrimonial familiar, na medida em que esse instrumento também alivia tensões no dia a dia.

Falou ainda sobre os detalhes relacionados à constituição de uma holding para proteger os bens particulares dos sócios e os instrumentos previstos no Código Civil que garantem maior segurança jurídica em todo o processo sucessório, ou seja, usufruto, cláusulas de incomunicabilidade e testamento.

“O que ficou aqui da rica participação de todos é que há interesse crescente no assunto e existem as ferramentas necessárias para auxiliar nesse planejamento de uma forma segura juridicamente. É relevante nisso tudo o papel da consultoria contábil, para que o aspecto econômico global da empresa também seja considerado, refletindo o que ela realmente é, por essência, e para onde quer ir”, concluiu Endo.

Alertas

Segundo o presidente da Seteco, José Maria Chapina Alcazar, o objetivo do evento foi alertar os empreendedores sobre o aspecto preventivo do patrimônio. “Muitas vezes o empresário brasileiro passa por uma situação oculta de riscos imensuráveis e o patrimônio adquirido ao longo dos anos tem que ser preservado para qualquer eventualidade futura da empresa”, observou. “Queremos levar a todos a nossa própria experiência, vivida aqui na Seteco, para incentivar o planejamento do futuro, envolvendo questões como compliance e gestão de risco”, acrescentou.

De acordo com a diretora comercial da consultoria, Marcia Ruiz Alcazar, o primeiro ponto a observar nesta área, independentemente do tamanho do negócio, é incluir o assunto na pauta de profissionalização da empresa, seja com finalidade de economia tributária, continuidade operacional ou até mesmo proteção patrimonial. “Todas as discussões são válidas”, disse.

Uma vez decidido tratar do assunto, surgem alguns cuidados básicos a tomar. O primeiro deles é considerar cada pessoa envolvida no processo como um universo à parte, sua situação patrimonial e o interesse pelo negócio, para ver se ela faz parte da empresa, efetivamente, ou de um acordo de família.

Outra recomendação, a reboque do momento atual, em que se aborda tanto a necessidade de compliance, é a importância de discutir sobre isso na empresa, adotando-se instrumentos que assegurem o combate à corrupção.
Impressões

Entre os clientes da Seteco presentes ao encontro esteve Maria Cristina Salomão, sócia da IMC Saste. Ela representa a segunda geração da empresa, juntamente com os dois irmãos, e está vivendo o momento da sucessão. “A apresentação foi excelente, gerou algumas dúvidas sobre como tomar as providências na prática, mas com uma boa assessoria e bastante conversa, a gente consegue chegar às conclusões”, analisou.

Gerson Dias , da A.Dias Ar Condicionado, compareceu com a esposa, Marcia. “Eu achei muito bom, porque a gente está nessa fase de mudança no negócio da família, em sua terceira geração. Nós já estamos dando andamento ao assunto aqui na Seteco e essa palestra esclareceu mais ainda alguns pontos”.

Para Norton Glabes Labes , diretor da Mestre dos Mares, a palestra veio bem a calhar, pois há dois anos ele vem refletindo sobre o planejamento sucessório em sua empresa. “Eu tenho três filhos, todos casados, cada qual com dois filhos”, justificou. “Saio daqui de certa forma preocupado com algumas coisas que eu preciso acelerar nesse processo, mas com a certeza de que, realmente, será necessário cuidar do assunto”.

Fonte- Seteco- 29/9/2017- http://www.seteco.com.br/aumenta-preocupacao-das-empresas-com-plano-de-sucessao/

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