O setor de serviços, que mais emprega no Brasil hoje, é também o que mais fecha vagas. Em setembro, foram encerrados 33,5 mil postos no segmento, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Somos um Brasil de 14 milhões de profissionais. É o setor mais humano da economia brasileira e, portanto, com o maior potencial de empregabilidade. Mas que vem lidando, neste momento de crise, com o crescente desemprego. Elenco dois grandes motivos: a alta carga tributária imposta pelo governo e a inadimplência dos contratantes dos nossos serviços.
A quantidade de tributos que recai sobre o empresariado de Serviços é um nó para a competitividade e para a produtividade brasileira. Quanto maior a carga, menor é a capacidade de investimento do setor privado.
Estamos em segundo lugar no ranking da América Latina com maior quantidade de tributos. O Brasil é um dos únicos do mundo em que se tributa investimento e exportações. É fundamental que tenhamos um sistema mais simples, com menos tributos e ampliação da base contributiva, que reduza o peso da carga tributária. É preciso desonerar a folha para elevar a competitividade e a eficiência.
Com esforço, pagamos impostos, garantimos o emprego, e qualificação de trabalhadores, sem qualquer incentivo, e ainda honramos a execução dos nossos serviços perante o maior contratante: o poder público. No entanto, precisamos lidar com a inadimplência deste poder, responsável pela contratação de 60% dos serviços de asseio e conservação. Nenhum empresário consegue se sustentar assim por tanto tempo e chega um momento em que é preciso dispensar funcionários. Diante disso, uma última pergunta surge como reflexão: em que momento o governo vai perceber que o setor produtivo, com grande potencial de empregabilidade, pode ser o principal aliado em tempos de crise?
Edgar Segato Neto
Pres. da Febrac, que reúne empresas de serviços de limpeza
Link: http://www.dci.com.br/opiniao/setor-produtivo-como–aliado-na-crise-id510286.html
Fonte: DCI; Clipping da Febrac- 19/11/2015.