Home > Economia 2017 > Rentabilidade de aplicações diminuirá mais no último quadrimestre do ano

Rentabilidade de aplicações diminuirá mais no último quadrimestre do ano

A rentabilidade nominal das principais aplicações financeiras deverá diminuir no último quadrimestre de 2017, sobretudo por causa da queda da taxa básica de juros (Selic) para abaixo de 8,50% ao ano, fator de indexação até do rendimento líquido da poupança.

Se confirmada uma nova redução de um ponto percentual da Selic para 8,25% ao ano na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) em 6 de setembro próximo, investimentos mais tradicionais como fundos DI, certificados de depósito bancário (CDBs) com liquidez diária e prazo menor e carteiras de renda fixa de curto prazo e risco soberano terão ganhos nominais menores.

“Vai se ganhar pouco em aplicações vinculadas ao DI [taxa de depósito interfinanceiro], e a poupança vai render 70% da taxa Selic”, avisa o administrador de investimentos, Fabio Colombo.

A caderneta rendeu 0,55% no mês, seguindo ainda a regra antiga de 6% ao ano mais a taxa referencial (TR), calculada com base na diferença de juros dos 20 principais CDBs no mercado. Se a Selic cair para 8,25% ao ano, a poupança renderá 5,775% ao ano.

Para o investidor que comprou ações ou cotas de carteiras do Ibovespa, que valorizaram 17,61% no ano até o final de agosto, o cenário é de riscos para renda variável. “Em razão da forte alta do Ibovespa em agosto, a recomendação é de venda gradativa e parcial da carteira de ações. Vender para realizar o lucro”, orienta.

Em agosto, o Ibovespa avançou para 70.835 pontos, alta de 7,45% em comparação com os 65.920 pontos de julho, impulsionado por notícias sobre o programa de privatizações. “O risco [de ações na bolsa] pode ser o aparecimento de fatos políticos que venham a atrapalhar a condução dos negócios”, lembrou o professor da Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (Fipecafi), George Sales.

Na visão do professor, os títulos públicos prefixados do Tesouro tiveram a melhor performance de 2017 e são beneficiados com prêmios (ganhos) em cada baixa da Selic.

A antiga Letra do Tesouro Nacional (LTN), conhecida também como Tesouro Prefixado com vencimento para 2023 rendeu 15,74% no ano até 31 de agosto. Na sequência de destaques, o Tesouro IPCA com vencimento em 2024 mostrou ganho de 12,10% em igual base de comparação.

Colombo considera que olhando para passado, a rentabilidade real foi muito boa sobretudo devido à inflação muito baixa. “O ganho real foi muito bom, mas agora com a baixa dos juros, deve diminuir”, argumentou.

Na ponta contrária, o professor George Sales mencionou que o dólar foi a pior aplicação de 2017. “O euro subiu e se ajustou em relação ao dólar, equilibrando o valor dessas moedas globais”, observou.

No fechamento da Ptax de ontem, o dólar registrava perdas de 3,43% no ano, no valor de R$ 3,1471 pela média do Banco Central, ao passo que o euro mostrava valorização de 9,83%, aferido em R$ 3,7435 pela autoridade monetária.

Risco da Eleição em 2018

Se por um lado, o dólar foi o pior investimento em 2017, o cenário para as eleições de 2018 ainda exige cautela. “O grande investidor vai ter paciência de esperar as eleições de 2018. Caso seja um candidato reformista que despontar, o dólar ficará comportado e a bolsa [o Ibovespa] tem muito a recuperar, mas se for um candidato mais populista sem compromisso com a questão fiscal ou com a reforma da previdência, ninguém vai querer ficar com reais e irá comprar dólar”, alerta Fabio Colombo sobre o risco eleitoral.

Fonte- DCI- 1/9/2017- http://www.seteco.com.br/rentabilidade-de-aplicacoes-diminuira-mais-no-ultimo-quadrimestre-do-ano-dci/

You may also like
Cadastro positivo pode reduzir juros
FGC aprova com unanimidade teto de R$ 1 milhão para investidor
Falta de letras de crédito faz estoque de CDBs crescer mais de 20% no ano
Golpistas aproveitam para enganar beneficiários de planos econômicos