As micro e pequenas empresas (MPEs) foram responsáveis por nove em cada dez empregos formais gerados no país nos cinco primeiros meses de 2018. Os pequenos negócios brasileiros criaram 328 mil vagas de janeiro a maio, o que corresponde a 87% do saldo líquido de 367 mil postos de trabalho gerados pelo setor privado neste ano.
Conforme dados levantados pelo Sebrae, a partir dos microdados de maio do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho, as micro e pequenas empresas têm se mostrado uma espécie de motor da lenta recuperação do emprego formal no país, como era antes da crise.
Segundo Heloisa Menezes, presidente interina do Sebrae, os pequenos negócios seriam mais “enxutos e flexíveis”, o que permitiria uma resposta mais rápida aos ciclos econômicos.
“Elas são as últimas a demitir, em cenários adversos, e as primeiras a contratar, quando ocorre uma retomada do crescimento”, afirmou ela. “Em 2017, por exemplo, os pequenos negócios geraram 342 mil novos postos de trabalho no Brasil.”
Isoladamente em maio, as micro e pequenas empresas registraram um saldo de 24.383 vagas geradas frente a abril, ao passo que as médias e grandes geraram 9.079 postos de trabalho. Três setores lideraram as contratações nas empresas de menor porte: agropecuária (23.376 contratações), serviços (10.907 vagas e mais) e construção (7.064).
“No caso da agropecuária, o desempenho é mais sazonal, dependendo das épocas de plantio e de colheita. Em maio especificamente, o que puxou as contratações nesse setor foram o cultivo do café e da laranja, além da pecuária”, acrescentou a presidente interina do Sebrae.
Apesar de ainda positiva, a geração de vagas perdeu fôlego em maio, frente a abril. Nas micro e pequenas empresas, isso foi provocado especialmente pelo fechamento de postos de trabalho com carteira assinada na indústria de transformação (-7.858) e no comércio (-10.541), segundo o levantamento.
“A desaceleração provavelmente está ligada à greve dos caminhoneiros, que afetou diversas atividades econômicas”, disse a presidente do Sebrae.
O órgão classifica as empresas como micro e pequenas de acordo com o setor em que elas atuam. Nos segmentos agropecuário, comércio e serviços são consideradas as empresas com até 49 empregados. No caso das indústrias extrativa, transformação e construção, leva-se em conta aquelas empresas que possuem até 99 funcionários.
Os dados do Caged foram divulgados na quinta-feira passada e mostraram que o país criou, no total, 33.659 vagas formais em maio. Esse número, no entanto, foi o menor saldo mensal registrado neste ano. A região Sudeste liderou a geração de empregos enquanto o Nordeste teve corte de vagas.
Fonte- Valor Econômico- 25/6/2018- http://www.seteco.com.br/pequenas-empresas-criaram-87-das-vagas-formais-abertas-em-2018-valor-economico/