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Nova norma reduz custos de bancos e clientes, mas mantém a burocracia

De acordo com especialistas, apesar da nova aprovação do Conselho Monetário Nacional alinhar o sistema às novas tecnologias, os processos digitais das instituições ainda continuam exigentes

Apesar da redução de custos para clientes e instituições financeiras, a nova norma aprovada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e divulgada ontem pelo BC exige maiores investimentos tecnológicos dos bancos e seguirá com burocracias digitais restritivas.

Em um cenário em que os grandes bancos retêm mais de 90% dos clientes, a iniciativa do Programa Otimiza BC (que visa reduzir os custos operacionais e de observância do sistema financeiro), permite a abertura e o encerramento de contas de depósito dessas instituições por meios eletrônicos. O principal objetivo seria ampliar a oferta de produtos e serviços financeiros para a população.

De acordo com os especialistas ouvidos pelo DCI, além de ser “um passo para a redução de custos”, a nova regulação também pode trazer ferramentas e dispositivos de segurança para os bancos. Apesar disso, no entanto, eles atentam para a possível necessidade de maiores investimentos em tecnologias pelas instituições bancárias.

Segundo João Vitor Menin, presidente do Banco Intermedium, a atual crise econômica do País é um “momento muito propício” para a medida, e que evitar os crimes fraudatórios é algo que depende dos próprios bancos.

“O mercado mudou, e o que o BC fez foi esclarecer e facilitar as regulamentações para que os bancos possam acompanhar essas mudanças. Todo mundo quer reduzir custos e otimizar processos e, sabendo usar a tecnologia a nosso favor, a gente conseguirá ter um índice de fraude até menor do que se a conta fosse aberta do modo antigo. É um momento ótimo, uma vez que nessa situação de crise, as pessoas tem a chance de gastar menos tempo e dinheiro com isso”, avalia o executivo.

Burocracia Digital

Em nota, o CMN afirma ainda que “aplicam-se a estas contas as demais regras para conta de depósito, inclusive as relativas à situação cadastral, a tarifas, ao fornecimento de informações cadastrais, à adequação de produtos e serviços financeiros e à prevenção à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo”.

Para Flavia Deutsch, diretora de marketing e produtos da Acesso, no entanto, isso significa que a burocracia bancária continua e que, nesses processos, outras alternativas ainda apresentam vantagens maiores para a população no geral.

“Na verdade, a medida só trouxe a mudança de canal onde a conta pode ser aberta, mas todos os requisitos da regulação 2.025 [que regula o relacionamento de pessoas físicas com os bancos] ainda continuam necessários. É um passo pra uma desburocratização, mas ainda existem vantagens que ela não alcança e que são oferecidas pelas fintechs, por exemplo”, avalia Deutsch.

Ela ainda destaca que a permanência da burocracia no processo ainda dificulta a entrada de clientes sem contas no banco. “O que a gente está vendo, é que os bancos ainda não trabalham com o público enorme de não-bancarizados que o Brasil tem, e nem querem, necessariamente, trabalhar com eles. Os bancos continuam exigentes, coisa que difere do foco de outras ferramentas em trazer benefícios para quem está à margem do sistema”, conclui a diretora.

De acordo com Menin, o próximo passo seria ter processos completamente digitais e até mesmo gratuitos. “Hoje em dia é viável abrir conta em qualquer estado, sem ter agencias e sem cobrar. Isso é importante, já que de 2% a 5% dos gastos dos clientes é com tarifas bancárias, e isso não tem muito sentido. Esses movimentos vêm pra colocar esse modelo em xeque”, diz ele.

Conheça a imagem explicativa clicando no link: http://fenacon.org.br/noticias/nova-norma-reduz-custos-de-bancos-e-clientes-mas-mantem-a-burocracia-550/?utm_source=akna&utm_medium=email&utm_campaign=Press+Clipping+Fenacon+-+26+de+abril+de+2016

Fonte: DCI- Clipping da Febrac- 26/4/2016.

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