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Limpeza quer diminuir dependência do estado

Com 55% a 60% da demanda atrelada ao setor público, as prestadoras de serviços de limpeza profissional estão se movimentando para diminuir a relevância de governos na carteira de clientes. Inadimplência, concorrência desleal e pouco espaço para soluções inovadoras são as principais causas da decisão.

“O setor público é quem mais tem dinheiro no País e contrata mais da metade da nossa capacidade, mas várias empresas do setor [atreladas a ele] estão sofrendo”, afirmou ao DCI o presidente da Associação Brasileira do Mercado de Limpeza Profissional (Abralimp), Paulo Peres.

“Muitos prefeituras e estados estão em situação falimentar. Além disso, o setor público não demanda a especificidade que já somos capazes de oferecer”, completou Peres, destacando que a aposta do setor para combater o achatamento de margens é justamente a oferta de serviços e soluções de ponta.

“A nossa legislação só permite contratação [de governos] pelo menor preço”, reclamou o dirigente. “Temos necessidade de oferecer inovação, mas nem todo o setor público aceita isso”, corroborou a diretora-geral da Paineiras Soluções Profissionais, Nathalia Ueno.

Na empresa, a carteira de clientes já chegou a ser integralmente atrelada a governos; hoje, 10% da demanda vem de players privados. “Nossa meta é equalizar”, vislumbra Nathalia.

Segundo a executiva, um dos principais motivos para a decisão é a concorrência muitas vezes “desleal”. “É muito fácil abrir uma empresa sem nenhum know-how e ganhar [licitações] pelo preço ao invés da qualidade”.

Na Gocil, a relevância do setor público dentro dos serviços de limpeza profissionais não ultrapassa os 20% por “decisão estratégica”, conforme explicação do CEO do grupo, Welder Peçanha. “Eu diria que alcançamos o equilíbrio”, afirma.

Segundo Peçanha, o foco em clientes privados tem dado resultado. “Nos últimos dois anos e meio, a limpeza profissional saiu de 6% [do faturamento total do grupo] para 16%”. Em doze meses até julho, a demanda pelos serviços avançou 30%. Ao fim de 2018, a expectativa da empresa é atingir 50% de crescimento.

No caso da GS Terceirização, trabalhar com setor público não é sequer uma opção. “Ele é pelo menos 55% do mercado contratante, mas não é o nosso foco porque há a fragilidade de ficar quatro ou cinco meses sem receber. Nem todo mundo pactua com isso”, afirmou o diretor comercial da empresa, Amilton Saraiva.

Expectativa

Apesar dos desafios, Paulo Peres afirma que o mercado de limpeza profissional “está crescendo” em 2018 após andar de lado na crise, que afetou importantes setores contratantes como a construção civil.

No caso da GS, Amilton Saraiva reportou expectativa de crescimento de 6% ou 7% para a limpeza profissional em 2018 após resultado morno no primeiro semestre. O principal indutor será o aumento de equipes nos clientes atuais.

Da Gocil, Peçanha destacou como aspecto positivo a diminuição da desconfiança de certos setores (como o hospitalar) com serviços de limpeza terceirizados. Já a diretora-geral da Paineiras classificou 2018 como um ano “difícil e desafiador” para o mercado.

Fonte: DCI; Clipping da Febrac- 12/9/2018.

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