Não é tarefa fácil empreender e fazer uma empresa crescer. Além de toda a busca pelo seu lugar no mercado e a fidelização de clientes com qualidade de serviços e de produtos, há também a parte burocrática e a gama de impostos para manter seu negócio ativo. Nesse cenário, muitas vezes o empresário vai precisar de um apoio externo.
Uma alternativa para esse apoio é o recebimento de incentivos fiscais. Essa contribuição é originária do governo e pode partir do âmbito federal, estadual ou municipal e, na prática, permite às empresas ter a redução ou isenção alíquotas de determinados impostos, ou mesmo da base para cálculo desses impostos.
O CEO do Grupo Bahia Associados, Jorge Carlos Bahia, alerta, porém, que antes de pleitear esses incentivos para o seu negócio, alguns pontos devem ser analisados para que o resultado seja assertivo e garanta benefícios para o futuro da sua empresa. A concessão desses incentivos é feita em formato de leis, decretos ou medidas provisórias e possuem objetivos específicos, sendo destinados a setores da economia, ou mesmo a produtos, ou a regiões geográficas, no entanto, com a crise econômica enfrentada no Brasil, muitos estados e municípios brasileiros enfrentam problemas de caixa com a queda da arrecadação.
“A crise econômica até pelo tempo que está persistindo e pela sua amplitude, não só afeta o setor privado como as indústrias, o comércio de atacado e varejo, mas impacta também diretamente os órgãos gestores da arrecadação que são o governo federal, estadual e municipal. Se a indústria não fabrica e o comércio não vende porque não tem demanda e a população não tem dinheiro, é óbvio que a arrecadação também cai. Vários estados e prefeituras estão passando por situações financeiras terríveis. Isso logicamente impacta, quando se solicita um benefício e um incentivo fiscal. Mesmo atendendo a todas as condições daquele benefício e daquele incentivo, a contrapartida do órgão gestor trava, uma vez que não tem condição nenhuma de abrir mão em termos de arrecadação perante a concessão de benefício fiscal”, diz.
Por outro lado, Jorge Bahia, avalia que existe uma condição importante para as administrações públicas, que é a geração de emprego e renda numa fase na qual o índice de desemprego é muito grande e desta forma os governos também fazem uma análise para poder conceder estes benefícios fiscais, mas a questão não se destaca somente com relação aos benefícios fiscais.
“As prefeituras estão atentas no sentido de poder oferecer para as empresas que estão se instalando lá algo além da isenção de impostos, mas isso voltado para questões logísticas, questões de infraestrutura, questão até de recepção de expatriados. Na cidade de Indaiatuba, interior paulista, por exemplo, várias empresas multinacionais estão chegando e conversando com um empresário, que é alemão, e ele disse que uma das razões pela qual sua empresa decidiu se instalar refere-se ao nível de vida, segurança, educação, saúde e Indaiatuba se destacou nisso”, comentou.
Em tempos incertos, um check-up para companhias
Uma tímida melhora nas perspectivas tem sido notada no mercado empreendedor. Embora os números ainda sejam preocupantes e, segundo analistas, ainda estejamos vivenciando o pior momento, há quem acredite que a retomada de confiança se dissemina.
Com isso, consequentemente, realizar um rigoroso check-up nas empresas pode auxiliar as companhias a enfrentar este período de uma forma mais segura e promissora.
O importante é não esperar demais. Na opinião de Batista Gigliotti, presidente da Fran Systems, estratégia e desenvolvimento de negócios, e coordenador de franquias do Núcleo de Empreendedorismo e Novos Negócios da Fundação Getúlio Vargas (FGV-CENN) “a demora em rever planejamentos e metas pode potencializar eventuais riscos para as empresas. Com este período de incertezas, contar com um plano de negócios e de marketing estratégico para o período e estabelecer metas com a equipe são apenas alguns dos muitos itens que precisam ser minuciosamente avaliados”.
Deduzir eventuais cenários é uma tarefa difícil, mas não impossível, diz o consultor.
“Ter uma ideia do que o restante do ano reserva para o segmento, de acordo com as previsões de especialistas, pode favorecer alguns empreendedores a tomar o rumo certo. Além disso, antes de efetuar investimentos que possam comprometer a saúde financeira da empresa é vital que o empreendedor tenha conhecimento do futuro cenário que deverá surgir.”
O melhor para realizar um check-up estratégico, seja na área operacional, técnica, comercial, expedição ou qualquer outra varia muito em cada empresa.
Fonte- DCI- 29/9/2016- http://www.seteco.com.br/incentivo-fiscal-ajuda-as-empresas-dci/