O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse num almoço fechado, organizado pelo Itaú Unibanco, que o governo quer simplificar a tributação, mas vai taxar os dividendos e juros sobre capital próprio, segundo relatou um participante.
Pouco depois, o presidente Jair Bolsonaro destacou em seu discurso, na plenária do Fórum Econômico Mundial, que o governo vai reduzir a carga tributária sobre as empresas.
Para o presidente-executivo do Bradesco, Octavio de Lazari Junior, o movimento faz sentido. “O que vão fazer é reduzir a carga fiscal sobre a produção e aumentar sobre os ganhos de capital”, disse ele ao Valor. “É uma substituição de impostos coerente. O setor produtivo poderá produzir mais barato e criar mais emprego. E o tributo fica maior sobre o que de fato não gera riqueza.”
Essa taxação já era esperada desde o governo de Michel Temer. Guedes foi enfático na apresentação de seu programa, de forma que a opinião geral foi de que investidores presentes saíram otimistas do almoço.
O ministro foi contundente sobre a reforma da Previdência Social, dizendo a investidores em Davos que ela será aprovada, com período transitório de capitalização. E repetiu que, se por um desastre a reforma não for aprovada, ele tem um plano B. “Mas ele confia, está muito assertivo sobre o plano A”, disse o governador de São Paulo, João Doria.
O governador, por sua vez, sinalizou que o apoio que for dado à General Motors será ampliado para a indústria automobilística como um todo em São Paulo. A montadora informou no fim de semana que teve perdas nos últimos três anos no país e que passa por momento crítico.
De acordo com o governador, um plano de apoio tem que ser um entendimento entre todos – sindicatos, fornecedores, revendedores com o governo e a própria General Motors.
“Todos devem dar sua cota de sacrifício, para que os resultados sejam bons e permitir que a empresa não só continue no Brasil como amplie suas operações no país”, completou.
Fonte: Valor Econômico; Clipping da Febrac- 23/1/2019.