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Falta estímulo à sustentabilidade nas pequenas

A falta de acesso a tecnologias e a financiamentos, tanto públicos quanto privados, faz com que a maior parte dos pequenos e médios empresários brasileiros fiquem de fora do conceito de empresas sustentáveis, pela falta de incentivos. Empregado por grandes corporações como a Odebrecht e a Braskem, medidas que preservam o meio ambiente e são capazes, em longo prazo, de reduzir custos produtivos ficam restritas a um seleto grupo.

Na opinião do diretor de sustentabilidade da Odebrecht Silvio Leão, outro entrave está na questão cultural. Enquanto empresas com maior poder aquisitivo e que empregam em suas operações medidas sustentáveis entendem que essas ações são de longo prazo, outra parcela do empresariado brasileiro não consegue entender essa demora. “De nada adianta achar que o conceito de sustentabilidade é algo imediato. Ele só é conseguido com o tempo. Posso dizer que são soluções que dão retorno do investimento empregado em longo prazo”, explicou o executivo, ao DCI.

Leão ressaltou que dentro da corporação Odebrecht empregar medidas que reduzem o consumo de energia, reutilização de água e material e demais iniciativas é mais fácil por se tratar de uma empresa global. “Como atuamos de forma global o nosso acesso às tecnologias sustentáveis são mais fáceis. O nosso maior trabalho está em empregar essas soluções de forma regional”. O executivo mencionou que no México, por exemplo, as medidas são diferentes das empregadas no Brasil. “Temos de adaptar para que isso seja um investimento com retorno positivo”, disse durante o “Prêmio Odebrecht para o Desenvolvimento Sustentável”, organizado pela empresa, na última quarta-feira, no auditório da Arena Maracanã, no Rio de Janeiro. Na ocasião, a Odebrecht premiou autores, professores orientadores e representantes das universidades dos cinco trabalhos vencedores, que receberam um prêmio de R$ 20 mil cada.

Desde 2008, a empresa realiza anualmente o Prêmio para condecorar universidades e estudantes pelos melhores projetos que empregam esse conceito.

Transporte de passageiros

Durante a cerimônia de premiação, o presidente da Odebrecht TransPort Paulo Cesena afirmou que o transporte de passageiros hoje no Brasil é um exemplo de setor totalmente dependente do uso de energia elétrica. “Os trens do Rio de Janeiro, por exemplo, usam energia contínua, mas já existem trens que utilizam a energia alternada, que seria a forma mais eficiente de economizar de 25% a 30% de energia”, disse ele.

Outro ponto que também foi analisado pelo executivo da empresa foi a forma empregada hoje no País para o abastecimento de combustíveis nos milhares de postos. “Para abastecer os postos de gasolina ainda usamos o transporte rodoviário. São diversos caminhões que queimam diesel diariamente e poluem. O mais correto seria o abastecimento por meio de dutos, mas isso ainda é muito pequeno no Brasil”.

Cesena ressaltou, um ponto já analisado pelo diretor-superintendente da Odebrecht Infraestrutura, Luiz Bueno, que o Grupo já estuda a ampliação dos dutos de abastecimento no País, justamente para tentar minimizar esse cenário ainda preocupante.

Braskem

A indústria petroquímica Braskem também apresenta soluções sustentáveis em sua produção. Em novembro de 2012, a indústria que usava cerca de 70% de água fornecida pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), e outros 30% de um rio de São Bernardo do Campo do Campo, no ABC paulista, em seu processo produtivo. Com a criação de um projeto que criou o processo de comercialização de água de reúso, o Aquapolo, a empresa se comprometeu a consumir por 41 anos a água de reúso feita pelo projeto. “Nós fomos os validadores desse projeto criado por meio de uma Sociedade de Propósito Específico [SPE] entre a Foz do Brasil e a Sabesp. Sozinha, a nossa principal fornecedora [Sabesp] não conseguiria implementar a iniciativa”, explicou o diretor de relações institucionais da Braskem, Flávio Chantre.

Com a água de reúso, Chantre explicou que a Braskem, além de se abastecer de uma fonte renovável, economizou no tratamento que fazia com a água fornecida pela Sabesp e a do rio também. “Antes de usar a água, ela tinha que passar por diversos processos químicos. Com o fornecimento do Aquapolo, essa água já vem tratada e com isso, reduzimos os custos”, disse. Ainda segundo informações do o diretor de Relações Institucionais, a empresa utiliza o mesmo processo em polo produtor na Bahia. “Lá compramos água do projeto Águaviva”, finalizou ele.
A repórter viajou a convite da empresa.

Fonte: DCI – SP- 21/3/2014; http://www.4mail.com.br/Artigo/Display/029717000000000

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