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Escritórios miram crescimento de compliance

Os escritórios de advocacia estão investindo em serviços de consultoria em compliance para ampliar os ganhos no segmento empresarial. Embora a demanda atual ainda seja modesta, os advogados têm perspectiva de ganhos maiores no médio prazo.

Depois da criação da Lei 12.846 de 2013, conhecida como Lei Anticorrupção, e o avanço da Operação Lava Jato, da Polícia Federal, o interesse das empresas brasileiras em desenvolver ou aprimorar políticas de compliance vem aumentando gradativamente, observam advogados ouvidos pelo DCI.

“A lei tem gerado mudanças nas regras de licitações e, com isso, recebemos um fluxo de empresários que estão muito preocupados em se adequar”, afirma o sócio da área de governança corporativa e compliance do Bertolucci & Ramos Gonçalves, Marcus Vinicius Ramos Gonçalves.

Ele espera duplicar os serviços de compliance do escritório nos próximos três ou quatro anos, em linha com o crescimento que o sócio projeta para todo o mercado. No Bertolucci & Ramos Gonçalves, a área de compliance é formada por três advogados e consultores terceirizados que são contratados de acordo com as exigências dos projetos. “Não precisei contratar, mas realoquei profissionais para a área de compliance. Como não temos uma estrutura tão enxuta, é possível fazer essas movimentações”, diz Vinicius.

Os consultores contratados para os projetos de compliance do escritório são sempre profissionais de especialidades diferentes como psicólogos, para elaboração de treinamentos.

“Muitas vezes, para implantar o compliance, é necessário ter uma política de treinamento dos funcionários e, para isso, convocamos profissionais com experiência nisso”, conta.

No escritório OLN Advogados, a atuação em compliance começou com o trabalho dos sócios José Lima Neto e Murillo Onesti após a criação da Lei Anticorrupção. Atualmente, a equipe dedica aos serviços de consultoria é composta por seis advogados, além de consultores externos quando necessário. “Associações e bancos também solicitam serviços para cursos, palestras e desenvolvimento de manuais”, destaca José Lima Neto.

Recursos

O OLN Advogados chega a ser consultado por, em média, cinco empresas por mês, mas só metade contrata os serviços, diz José Lima Neto. Na visão dele, o caixa mais restrito das pequenas empresas é o principal impedimento para investimentos nesse tipo de projeto.

O Bertolucci & Ramos Gonçalves vê o mesmo movimento. A banca tem, hoje, seis projetos de consultoria em compliance em desenvolvimento e mais três propostas em andamento. No ano passado foram 14 projetos fechados.

Para Gonçalves, se a economia doméstica não estivesse em retração, o escritório poderia encerrar 2016 com mais que o dobro de projetos em relação ao ano passado.

“Está difícil para as empresas desembolsarem os recursos necessários, porque não é um serviço barato. E por isso tomamos cuidado para não dar um passo maior que a perna e mantemos a equipe no tamanho atual”, destacou o especialista.

A hora dos advogados para consultoria de compliance pode chegar ao dobro da cobrada em serviços como consultoria trabalhista. Os profissionais que atuam no setor veem uma faltam advogados especializados no serviço e a perspectiva não é de grandes mudanças nos anos seguintes. “Sem dúvida falta mão de obra qualificada, mas quem investir nisso antes de a demanda bombar vai sair na frente da concorrência”, ressaltou Vinicius.

Fonte- DCI- 19/7/2016-
http://portalcontabilsc.com.br/noticias/escritorios-miram-crescimento-de-compliance/

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