Home > BF > Em serviços, entrar na Black Friday pode ser um tiro no pé

Em serviços, entrar na Black Friday pode ser um tiro no pé

Enquanto o varejo tenta aproveitar ao máximo a data, para os prestadores de serviços ações promocionais devem estar associadas à ociosidade na agenda

Em tempos de baixo consumo, a Black Friday deixou de ser relevante apenas para o comércio e tem ganhado cada vez mais importância para as empresas de serviço, sobretudo pela ociosidade nas agendas provocada pela crise. Apesar de positiva, a ação exige cuidados com as especificidades do mercado – muito intensivo em mão de obra – para que a ação não crie prejuízos.

De acordo com o fundador da MHS Marketing & Sales Consulting, Marcos Scaldelai, além de ter capilaridade, para que empresas de serviços consigam ter uma ação bem sucedida é importante que as ofertas tenham uma validade extensa para que o consumidor sinta segurança na hora da compra e permita uma diluição dos clientes da Black Friday na agenda do prestador. “O tempo do profissional que vai fazer o serviço tem um valor diferenciado e é difícil falar em uma contratação maior para vender na Black Friday”, comenta.

Por isso, uma recomendação para as empresas é que usem a ação quando houver uma ociosidade entre seus profissionais ou quando o serviço não exija um maior número de funcionários. “Um site de serviços domésticos que muitos profissionais cadastrados podem fazer uma ação pesada, mas é difícil uma empresa de manutenção, por exemplo onde os profissionais são fixos. A menos que você aproveite a contratação de períodos de alta, como dezembro”, conta.

Segundo o especialista, a data ainda está em processo de amadurecimento no Brasil, tanto no comércio quanto em outros setores, mas a tendência é que cada vez mais segmentos menos usuais entrem na ação.

Entre as áreas com potencial estão saúde, seguro e o de corretoras de seguros. “Sabemos que existe ociosidade do setor da saúde e com alguns serviços são programados como um check-up ou um procedimento de limpeza de dentes é possível oferecer.”

Um segmento que tem chamado a atenção este ano é o de serviços financeiros, que já estava realizando ações na edição de 2016, mas para este ano cresceu consideravelmente. As ofertas podem ser encontradas tanto em bancos como Santander, Caixa Econômica Federal e Inter -que têm condições especiais de investimento no período, quanto em corretoras de investimento que estão diminuindo o valor cobrado para algumas operações.

Além de empresas, o número de ofertas por ação também está aumentando. Um exemplo é o Imovelweb que neste ano oferecerá mais de 300 imóveis, 50% a mais que em 2016, com descontos de até 40% no valor do imóvel.

Na opinião da assessora econômica da FecomercioSP, Júlia Ximenes, a Black Friday ainda é muito focada em comércio eletrônico, o que dificulta a entrada de algumas empresas da área de serviços. Por isso, mesmo que algumas atividades relacionadas a despesas pessoais focadas em vendas físicas, como o de estética, consigam pegar carona, a tendência é que os segmentos com maior presença na internet, como o de turismo, tenham uma maior participação.

Não é á toa que empresas das mais variadas atividades turísticas participam, como é o caso da Costa Cruzeiros, o Decolar.com, Hotel Urbano, Brotas Eco Resort, Uniworld e a CI Intercâmbio.

Para o sócio fundador da agência de viagens Zarpo, Eloi Dechery, o período da Black Friday se tornou o momento mais importante do ano para as empresas de turismo. No ano passado a empresa fez uma ação de sete dias e faturou R$ 7,5 milhões e a ideia para este ano é aumentar em 30% as vendas, com a mudança de que deve durar cinco dias, indo de 24 a 28 de novembro.

Um desafio que tem melhorado anualmente, mas deve ser sempre ser vista com cuidado é a escolha dos produtos e dos parceiros. “A margem das agências é menor que a do varejo, por isso há um espaço menor de redução de preço, o que torna necessário envolver cada vez mais os fornecedores”, diz. Além de ser bom para as vendas, Dechery acrescenta que é ideal para atingir novos públicos. Em 2016, 74% das pessoas que compraram pacotes do Zarpo nunca tinham comprado pela plataforma.

Fonte: DCI; Clipping da Febrac- 24/11/2017.

You may also like
Consumidor pode cancelar compra sem custo na Black Friday; veja direitos
Procon monta plantão de atendimento para Black Friday a partir desta quinta
Black Friday: veja os principais problemas dos últimos anos e listas de empresas mais reclamadas