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Apoio de empresas ajuda projetos de impacto social a saírem do papel

Grandes empresas começam a incluir em suas estratégias o apoio a prestadores de serviços que buscam impacto social nos campos da saúde, educação e cidadania. A meta é incentivar startups, ONGs e outras instituições em suas ações a fim de que consigam expandir operações e negociar com setor público.

Ontem, foi lançada a segunda edição do Desafio de Impacto Social do Google Brasil, que prevê destinar, em 2016, cerca de R$ 10 milhões para o desenvolvimento de iniciativas do gênero inscritas. A edição 2014/2015 do projeto distribuiu cerca de R$ 7 milhões para 10 startups diferentes atuantes nos campos da segurança pública, saúde e meio ambiente. As inscrições vão até 21 de março.

“Há mais recursos [à disposição]. Mais do que volume, esperamos projetos de qualidade, que gerem impactos e sejam facilmente replicáveis”, explica a diretora de marketing de consumo da Google no Brasil, Flavia Simon. Quatro projetos receberão RS 1,5 milhão para desenvolvimento, e outros seis, cerca de R$ 650 mil. Cada região do País terá dois projetos contemplados pelo repasse.

O dinheiro disponibilizado pela iniciativa privada a projetos de impacto social – que, grosso modo, priorizam a melhoria na vida de uma população carente ou discriminada – deu um salto considerável nos últimos anos.

De acordo com dados da Bain & Company, cerca de US$ 300 milhões foram alocados em iniciativas brasileiras do gênero só em 2014 – na América Latina, o montante somou US$ 2 bilhões, quantia 12 vezes maior que os US$ 160 milhões de 2008. O número de potenciais investidores no segmento – nem sempre empresas como o Google, mas também fundos de investimentos ou aceleradoras – também aumentou, chegando a 28. Há inclusive uma Força-Tarefa Brasileira de Finanças Sociais, que pretende amealhar RS 50 bilhões em recursos para a área até 2020.

Interlocução

Os recursos estão para impacto social podem até estar mais acessíveis, mas algumas dificuldades que permeiam o segmento resistem: como alertado pelo DCI em janeiro, o setor público é, na grande parte das vezes, o maior cliente em potencial das iniciativas.

“Se nós pudermos ajudar na articulação, ajudaremos, mas nossa ajuda tem um ciclo de tempo”, afirma a gerente de políticas públicas e relações governamentais da Google Brasil, Mariana Macario.

Segundo ela, a “burocracia e suas amarras” ainda são características marcantes das negociações, o que não impede gestões estaduais e municipais de seguirem inovando.

Nas ruas

Um exemplo dessa tendência é um aplicativo – batizado como Promotoras Leais Populares (ou PLP) 2.0 – desenvolvido pela Geledés Instituto da Mulher Negra. Uma das vencedoras da edição 2014/2015 do Desafio de Impacto Social, a plataforma atua no campo de cidades inteligentes ao oferecer um canal para a denúncia de violência doméstica, além de suporte jurídico e presencial. Recentemente, o projeto foi adotado pela secretaria de segurança pública do Rio Grande do Sul. As secretarias catarinense e paulista também se interessaram pela solução.

Outra iniciativa já em conversas com o setor público – desta vez secretarias municipais de saúde – vem do Instituto Zero a Seis (ZAS), responsável para o aplicativo ProBebê . “Já temos escalabilidade para atender qualquer município”, afirma André Luiz Stabel, um dos fundadores da iniciativa, que preferiu não citar nomes de cidades interessadas.

O objetivo central do app da ZAS é ofertar informações e suporte sobre gravidez e cuidados a gestantes e mães – demanda que ainda foi potencializada após a escalada do zika vírus. A expectativa, explica Stabel, é ampliar o escopo da plataforma e vislumbrar oportunidades na cadeia privada.

“Boa parte dos custos de seguradoras [de saúde] vem de consultas desnecessárias. À medida que a paciente se informa, a seguradora evita custos altos e utiliza recursos de forma racional”, exemplifica .

Parcerias

Já no caso do InfoAmazonia, as primeiras investidas do setor privado foram rechaçadas. Segundo o coordenador da iniciativa, Gustavo Faleiros, o interesse do projeto é estabelecer parcerias que auxiliem o trabalho de medição dos níveis de coleta de esgoto e incidência de doenças de transmissão hídrica – o monitoramento de campo realizado na floresta amazônica é efetuado com ajuda de sensores e satélites. O projeto de democracia participativa Nossas Cidades, por sua vez, tenciona uma distanciamento saudável do setor público para seguir agendando demandas populares à pauta dos municípios.

De acordo com o coordenador de estratégia da plataforma, Emygdio Carvalho, micro doações e premiações como as ofertadas pelo Google já ajudaram a expansão dos serviços para seis novas cidades.

Fonte: Valor Econômico- 24/2/2016-
http://www.seteco.com.br/midia/list.asp?id=14351

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