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Alteração em transferência exige cautela

Empresas com dificuldades no fluxo de caixa devem ter cautela ao aproveitar a mudança na emissão de Transferência Eletrônica Disponível (TED), a qual retira o limite mínimo para as operações.

De acordo com o sócio-diretor da Gorioux Faro Consultoria, Fernando Segato, no atual cenário – a alteração da TED começou a valer na última sexta-feira -, a emissão passa a ser mais vantajosa com relação à agilidade do que o Documento de Crédito (DOC) que só fica disponível após a compensação tradicional, que demora, no mínimo, um dia útil.

“Contudo, em ambos, ao realizar a operação, o valor da transferência já é retirado da conta no mesmo dia. Portanto, para quem tem problema de fluxo de caixa, o ideal é ainda utilizar o cheque, cuja retirada só é feita no momento do depósito”, explica.

Conforme o especialista, se, por exemplo, o pagamento com o cheque tenha sido feito na sexta-feira ao fornecedor, e este só depositar na segunda-feira, teriam dois dias com esse recurso em caixa, ou até mesmo como acontece em alguns casos, uma aplicação poderia ser resgatada hoje para a quitação e, portanto, renderia mais dois dias.

Tarifas e facilidades

Por outro lado, Segato comenta que a mudança na TED pode gerar dois cenários. O primeiro deles é que, como os bancos têm a intenção de eliminar o cheque no sistema de pagamentos, essas instituições poderiam oferecer isenção de tarifas nas transferências tanto do TED quanto do DOC. “Os bancos querem que as empresas cada vez operem de forma eletrônica. O cheque é muito custoso para eles, com pessoal e na operação em si, como tem que escanear cada papel, entre outros fatos”, complementa o sócio diretor da Gorioux Faro.

O segundo cenário com a alteração da TED, segundo ele, seria a modificação de tarifas. “É possível que um determinado banco opte por aumentar a tarifa do TED e diminua a do DOC, isto porque a tendência é que a segunda modalidade fique obsoleta neste cenário”, avalia Segato.

O Documento de Crédito, assim como o cheque, só fica disponível após a compensação tradicional. Estas transferências transitam pela Compe (Serviço de Compensação de Cheques e Outros Papéis). O valor máximo de um DOC é de R$ 4.999,99. Até o dia 14 de janeiro, o valor mínimo do TED era de R$ 250.

De qualquer forma, de acordo com a Federação Brasileira Bancos (Febraban), o objetivo da mudança do TED é facilitar a vida do consumidor na hora de fazer transferências de dinheiro entre bancos diferentes. Criada em 2002, essa transferência foi instituída com o novo Sistema de Pagamentos Brasileiros, considerado um marco no sistema financeiro, e trouxe mais agilidade e segurança às transações bancárias em todo o País.

“Com a TED, o cliente não precisa sacar em espécie para fazer a transferência, basta acessar o internet banking ou outros canais eletrônicos de autoatendimento para efetuar a operação”, destaca Walter de Faria, diretor adjunto de Operações da Febraban, em nota.

As tarifas cobradas para a realização de TED variam de banco para banco, conforme a política comercial de cada um. Segundo a federação, para saber os preços praticados, os consumidores podem consultar o Sistema de Divulgação de Tarifas de Serviços Financeiros (www.febraban-star.org.br). O sistema foi criado em 2007 para levar transparência e comparabilidade sobre as tarifas de serviços bancários.

Fonte- DCI- 18/1/2016- http://www.seteco.com.br/midia/list.asp?id=14144

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