Home > Arbitragem > Advogados devem preferir a negociação, dizem especialistas

Advogados devem preferir a negociação, dizem especialistas

“Na maioria das faculdades, o profissional do direito é preparado para trabalhar basicamente no contencioso”, diz Watanabe. Alguns grandes escritórios de advocacia cumprem a cláusula escalonada da mediação prévia à arbitragem apenas como mera formalidade, sem se empenhar na tentativa de solução amigável do conflito.

Watanabe não acredita em soluções imediatas. Aposta nos “Pactos de Mediação”, protocolos em que as empresas se comprometem a adotar políticas e práticas internas para reduzir os custos da solução de litígios.

Ele é adepto do conceito defendido pelo presidente do TJ-SP, José Renato Nalini, de que “a Justiça é uma obra coletiva”. O tribunal paulista desenvolveu o projeto “Empresa Amiga da Justiça”, para tentar reduzir o número de processos por meio da conciliação.

Watanabe acredita que a criação da cadeira específica de Mediação e Conciliação nas faculdades de direito formará novas gerações de advogados e juízes com o entendimento de que a solução consensual “é um exercício mais nobre do poder”.

“A lei por si só não modifica a sociedade, mas dependendo da lei, pode criar nas pessoas um grande interesse pelos benefícios que traz, como aconteceu com o Código de Defesa do Consumidor e com a Lei dos Juizados de Pequenas Causas”, diz Watanabe.

Ele participou da equipe que concebeu os Juizados Especiais de Pequenas Causas, no início dos anos 80, iniciativa que alargou o acesso das camadas mais humildes ao Judiciário. “A ideia foi muito combatida no início, mas obteve a aprovação da sociedade, que viu na conciliação um eficaz mecanismo de solução de conflitos”, diz.

“Vamos aguardar a interpretação do novo CPC, para sabermos se teremos juiz mais ativo na condução do processo, ou continuaremos com o paradigma atual”, afirma o especialista.

Fonte- Folha- 8/9/2015- http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2015/09/1678778-advogados-devem-preferir-a-negociacao-dizem-especialistas.shtml

You may also like
Câmaras de arbitragem admitem inclusão de terceiros em processos
Casos julgados em oito anos somam R$ 87 bi
Câmaras arbitrais devem crescer ainda mais
Sobe quantidade de litígios levados por empresas às câmaras de arbitragem