Órgão que acompanha o desenvolvimento da inteligência tecnológica da esfera pública há 46 anos, a empresa Processamento de Dados Amazonas S. A. (Prodam) possui como principal cliente o Governo do Estado. Além do sucesso na gerência do sistema de dados do Executivo Estadual, assim como de outros órgãos, entre eles o Tribunal de Justiça, Tribunal de Contas e a Prefeitura de Manaus, a empresa tem sido pioneira em criar mecanismos que tornam o ambiente corporativo mais moderno e divertido.
Sobre o assunto, o diretor-presidente da Prodam, Márcio Lira, afirma que as mudanças refletem diretamente na produção interna. Ele também adianta sobre quais serão os novos projetos da Prodam e a expectativa ao dar novos passos na modernização de serviços públicos.
Quais os objetivos da Prodam como órgão público?
Hoje nós temos três objetivos: O primeiro como uma empresa pública é cumprir a legislação de forma transparente e dentro da legalidade. Segundo, por sermos uma empresa, precisamos ter lucro. É importante que tenhamos uma saúde financeira. E por fim, também por sermos uma empresa pública, é necessário gerar pro Estado e outros clientes públicos a economia. A tecnologia pode ser uma grande ferramenta para diminuir despesas, diminuir custeios diante de uma crise como essa.
Como a Prodam obtém lucro?
Por meio da realização de nossos serviços. Quase toda a Internet do Governo somos nós que provemos, mas existem serviços que não são tão grandiosos, que chamamos de serviços de inteligência como desenvolvimento de sistemas, desenvolvimento de soluções, mapeamento de processos em alguns órgãos. Por exemplo, na Sefaz há muitos funcionários da Prodam pensando a tecnologia do órgão. Então hoje o grande capital que a Prodam tem é a inteligência, e por via da inteligência geramos lucro vendendo esses serviços ora pros órgãos públicos, ora pra iniciativa privada.
De onde surgiu a ideia de benefícios a funcionários como “licença-paternidade” e licença maternidade para mães adotivas?
A gênese disso tudo surgiu do seguinte: pessoas felizes produzem mais. Para as mães biológicas é dada uma licença de seis meses, já para as mães adotivas são quatro meses. Os pais adotivos e biológicos têm licença de 30 dias. O Congresso Nacional acabou de aprovar, mas ainda vai pra sanção presidencial ou não que a licença paternidade será de 5 a 20 dias. É a forma que a Prodam tem de contribuir para a felicidade desses colaboradores e também melhorar a sociedade e a nossa empresa. Eles ficando mais felizes e tranqüilos produzirão melhor.
É uma empresa pioneira aqui no Amazonas a fazer isso?
A gente andou fazendo algumas pesquisas e me parece que sim. Me parece que até no Brasil tem poucas iniciativas nesse sentido. O Google tem boas iniciativas em relação isso, mas a base dele é uma base americana. Soubemos também de escritórios jurídicos e pequenas iniciativas, mas ao que tudo indica, no porte da Prodam, é a primeira iniciativa nesse sentido aqui no Amazonas. Nós temos muito orgulho disso. Isso tudo foi registrado na Assembleia dos Empregados. Os empregados aceitaram essa proposta feita pela diretoria e gostaram muito. Existem até pais que já foram beneficiados aqui na empresa.
O uso de bermudas na Prodam e o Star Wars Day surgiu seguindo essa ideia?
A bermuda é uma questão óbvia. Moramos em uma capital que é uma das mais quentes do Brasil. Aqui tem muito jovem que trabalha o dia inteiro e precisa ficar de maneira mais confortável. Na verdade, o objetivo é atender um pleito desse pessoal. Lógico que tudo é feito de maneira controlada, até porque atendemos clientes fora da empresa e nesse momento é preciso que os funcionários troquem de roupa. Talvez na administração pública não seja tão comum assim. No caso do Star Wars Day, foi uma brincadeira muito bacana que fizemos ano passado. Hoje nós temos uma geração de “geeks”, e aqui isso não é diferente. A ideia chegou até a diretoria e foi um sucesso. Até eu me fantasiei no dia.
O senhor acha que essas medidas seriam aplicáveis em outros órgãos?
Depende de cada órgão, pois o atendimento ao público muda. Deve ser algo que não precisa ser programado de forma engessada. É uma atitude que não precisa ser legislada. Acho que tem que ser alguma coisa natural. Se aquelas pessoas e aquele ecossistema assim o quiserem, tudo bem, e se o gestor autorizar, ótimo, mas é algo que é preciso ter controle.
Nesse ano a matrícula online foi superior a matrícula presencial na rede pública. Quais os benefícios dessa transposição e como encarar os problemas decorrentes dessa mudança?
Já vem há alguns anos a possibilidade de matrícula online, mas pela primeira vez, a maioria do processo foi feito online. Para você ter uma ideia, cresceu nove vezes mais em relação ao ano passado. A vaga que tem online é a mesma que existe de forma presencial. O benefício é que a pessoa não precisa mais ficar em filas de madrugada, na chuva, no sol, ou em condições humilhantes. Nós chegamos a ter 15 mil acessos simultâneos na página. Foi um sucesso muito grande. A Prodam tem um Datacenter moderno, bem estruturado, que suportou esses acessos simultâneos. Tivemos um problema na fase de rematrícula, mas que foi rapidamente resolvido. Problemas acontecem, mas a questão é encará-los e resolvê-los da forma mais rápida possível.
A Prodam já possui estudos com o objetivo de modernizar esses processos para outras áreas do serviço público?
A ideia é o Governo na palma da mão cada vez mais. Nas matrículas de 2017 teremos a aplicação via celular. Isso será possível. Estamos com vários estudos e trabalhos sendo desenvolvidos ao Detran para os agentes de trânsito. Brevemente o governador vai lançar o aplicativo da saúde. Será muito simples e vai ajudar as pessoas a tomarem decisões de qual unidade de saúde é mais próxima dela dependendo dos sintomas. Outro aplicativo que estamos quase concluindo fará o monitoramento do Aedes aegypti para a denúncia de focos e um novo que irá monitorar a malária. O nosso objetivo é cada vez mais modernizar o Estado para diminuir custeios.
Fonte- Clipping Fenacon- 16/2/2016- http://acritica.uol.com.br/noticias/Empresa-AM-Star-Wars-Day_0_1522047800.html