A Medida Provisória (MP) que autorizou o saque do dinheiro de contas inativas do FGTS corre o risco de não ser votada a tempo pelo Congresso Nacional, em razão da crise política que atinge o governo após o presidente Michel Temer ser atingido pela delação do grupo JBS.
A medida perde a validade na próxima semana e, caso não seja votada pela Câmara e pelo Senado antes disso, trabalhadores nascidos entre setembro e dezembro perderão o direito de sacar os recursos. A MP perde a validade em 1 de junho.
O Palácio do Planalto e o líder do PMDB na Câmara, Baleia Rossi (SP), dizem que há acordo para votar a proposta nas duas casas legislativas antes disso. Em campanha pela renúncia de Temer e por eleições diretas para presidente, porém, a oposição nega acordo e diz que vai obstruir a votação. “Não tem acordo sobre nada. O País está em crise”, afirmou o líder da oposição, deputado José Guimarães (PT-CE). Na Câmara, a MP do FGTS está prevista para ser votada a partir de amanhã.
A MP foi enviada pelo governo em 23 de dezembro do ano passado. Ela autoriza o saque de contas inativas do fundo, desde que o afastamento do emprego tenha ocorrido antes de 31 de dezembro de 2015. O dinheiro está sendo liberado de acordo com a data de aniversário dos trabalhadores que têm direito ao benefício. Já foi liberado o dinheiro dos nascidos entre janeiro e agosto. A próxima liberação será em 16 de junho, para nascidos entre setembro e novembro, e 14 de julho, para quem faz aniversário em dezembro. O governo espera que os saques injetem pelo menos R$ 29 bilhões na economia.
A Caixa informou que, até 16 de maio, já liberou R$ 24,4 bilhões, 84,3% do total inicialmente previsto. O presidente do banco, Gilberto Occhi, acredita que, mantido o ritmo atual de saques, o total de recursos liberados podem chegar a R$ 36 bilhões.
Fonte- Jornal do Comércio- 23/5/2017- http://jcrs.uol.com.br/_conteudo/2017/05/economia/564054-mp-que-autoriza-saque-do-fgts-pode-nao-ser-votada-por-causa-da-crise-politica.html