A taxa foi mantida em 6,50% ao ano, após um ciclo de 12 quedas consecutivas.
Em nota, a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) avaliou que a medida não foi acertada, já que a inflação continua em queda e as projeções estão abaixo do centro da meta estabelecida. “Além disso, os dados recentes indicam uma recuperação econômica mais lenta do que o esperado, o que tem resultado em sucessivas revisões para baixo das expectativas de crescimento do PIB”.
Em tom mais contundente, a Federação Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), afirmou em comunicado que o “Banco Central joga contra o Brasil ao manter a Selic em 6,5%”. De acordo com a entidade, a manutenção da taxa vai retardar a redução do custo do crédito. “Corremos o risco de ver morrer a retomada da economia, num momento em que o Brasil tenta sair de sua pior crise. O crescimento ainda é muito frágil – e só vai ganhar força se ficarem em nível razoável os juros para quem quer investir e consumir”, afirma a Fiesp, em nota.
Cautela
Já para a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a decisão do Copom reflete as preocupações do Banco Central com os possíveis impactos da desvalorização do real frente ao dólar. Mesmo assim, o ritmo lento da recuperação da economia combinada com uma inflação baixa ainda permitiriam mais um corte nos juros, defende a entidade.
Para o presidente da CNI, Robson Andrade, embora os juros atuais sejam os mais baixos desde 1986, os custos dos financiamentos continuam elevados por causa do spread bancário, que é a diferença entre o que os bancos pagam na captação de recursos e o que eles cobram ao conceder um empréstimo. “Os custos elevados dos empréstimos desestimulam os investimentos das empresas e o consumo das famílias, comprometendo a recuperação da economia”, observa. Para Andrade, o crescimento sustentado depende do equilíbrio das contas públicas. “É preciso persistir nas medidas de ajuste fiscal que assegurem a estabilidade econômica. Isso permitirá a manutenção dos juros baixos por um longo período”, conclui.
Força Sindical
Em nota, a Força Sindical avaliou que o “Copom continua com sua política extremamente conservadora de reduzir a Selic a conta-gotas, o que contraria os interesses da classe trabalhadora”.
“O efeito dessa estratégia ainda não favoreceu o trabalhador brasileiro. Continua, isto sim, a favorecer banqueiros e especuladores, que preferem aplicar no mercado financeiro em detrimento da produção. O resultado dessa política é a estagnação econômica”, diz a nota, assinada pelo presidente da central, Paulinho da Força.
Fonte: Agência Brasil- 17/5/2018-
http://cnti.org.br/html/noticias.htm#Entidades_empresariais_criticam_decis%C3%A3o_de_manter_taxa_Selic_em_6,5%