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Venda de serviço fracionado estimula novos mercados na indústria hoteleira

A previsão de retração na casa dos 8,5% nos gastos das empresas com viagens de negócios neste ano forçou o ramo hoteleiro a buscar práticas mais dinâmicas para atender a demanda retraída. Entre as estratégias, a oferta de serviços fracionados, modelo comum em motéis, ganhou força em mercado represado pela crise.

Segundo o presidente da Associação Global de Viagens de Negócios (GBTA) para o Brasil, Wellington Costa, a recessão congelou os investimentos das companhias em viagens de negócios, setor que só deve voltar, ainda que timidamente, em 2017.

Para tentar reaquecer esse mercado com soluções mais em conta para as companhias, empresas como a HotelQuando.com, Fast Sleep e Cochilo montaram opções de serviços fracionados utilizando o modelo pay-per-use (ou pague pelo uso, na tradução livre), que consiste na locação de pequenas cabines para cochilos ou reserva de quartos de hotéis por períodos mais curtos.

Na HotelQuando.com, por exemplo, são vendidos períodos de três, seis, nove ou doze horas. De acordo com o cofundador e diretor-geral da empresa, Max Campos, mais de 60% das hospedagens vendidas são para o público corporativo. “Além desse cliente que viaja a negócio, o executivo pode ter um intervalo entre um compromisso e outro e não ter onde ficar ou tomar um banho. São várias situações em que ele pode utilizar”, contou ao DCI.

Atuando desde agosto de 2014 e com sede em São Paulo, a empresa – que recebeu aporte financeiro do Bossa Nova Investimentos, e dos “anjos” do Gávea Angels – já conta com 500 hotéis parceiros e 25 mil usuários cadastrados. “A cada reserva feita cobramos uma taxa do usuário e outra do hoteleiro”, explica Campos – que relata parcerias com empresas como Philips e o grupo Globo. Sem falar sobre faturamento, o executivo apenas citou que a meta da empresa é fechar 2016 com uma arrecadação de R$ 2,5 milhões.

Em busca do cochilo

Administrada pela rede de hotéis Slaviero, a Fast Sleep surgiu em 2006, no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, oferecendo cabines para sono e banho de passageiros. O projeto foi criado para atender pessoas em conexões ou com problemas de atrasos em voos. Lá, a permanência mínima para “sonecas” é de uma hora. “Para a pessoa não perder o horário, oferecemos um sistema de despertar. Ela informa a hora que precisa sair e o alarme toca em sua cabine”, explica o gerente-geral da Slaviero e da Fast Sleep, Sergio Fernandes.

A partir de oito horas, um adicional é cobrado. O pagamento pode ser feito antecipadamente, com um agendamento pelo site, ou direto no local. São de quatro a cinco mil hóspedes por mês, e o faturamento médio mensal está em R$ 600 mil e, assim como a HotelQuando.com, eles também realizam parceiras.

Ao todo são 46 cabines (incluindo suítes) e 11 espaços específicos de banho. “Estamos em processo de ampliação: iremos para 65 cabines e 14 banhos”, revela Fernandes. A possibilidade de expansão para novos aeroportos também não está descartada.

Já a Cochilo começou a ser desenvolvida em 2010 pelo casal Alicia Jankavski e Marcelo Von Ancken. A empresa foi oficialmente fundada em 2012, oferecendo períodos de descanso no meio do dia. Hoje, são duas unidades na cidade de São Paulo: uma no centro, com 20 cabines, e outra (licenciada) no Itaim Bibi, com 17.

Os estabelecimentos possuem espaços que incluem até sistema de áudio. “Atendemos desde estagiários até diretores de grandes empresas”, diz a cofundadora Alicia. O serviço custa R$ 12, R$ 14, R$ 17 ou R$ 22 para períodos de 15, 30, 45 ou 60 minutos, respectivamente. De acordo com a empreendedora, a matriz já recebeu cerca de 3 mil hóspedes em suas cabines, muito apoiado em parcerias com empresas. O faturamento dos quatro anos de atuação não foi informado, e o investimento inicial foi feito com capital próprio.

“Nosso principal desafio é convencer os gestores das empresas de que fazer uma pausa durante o dia e cochilar não é um benefício para os funcionários, mas sim um benefício para a empresa como um todo. Queremos fazer com que as pessoas entendam que a qualidade de vida é muito importante, e que esses intervalos são tão necessários como qualquer outra necessidade do indivíduo”, explica.

Fonte: DCI – Diário Comércio Indústria & Serviços; Clipping da Febrac- 19/10/2016.

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