“Há um acréscimo generalizado nos órgãos mais atuantes”, diz Pedro Paulo Cristofaro, diretor da câmara da FGV.
A crise tanto contribuiu para o aumento do número de litígios levados às entidades como desincentivou o movimento, diz. “Por um lado, arbitragem não é algo barato. Por outro, aumentaram divergências e quebras de contratos.”
O instrumento, em 2017, se tornou mais difundido porque companhias menores que as tradicionais nessas cortes recorreram a ele, diz Carlos Forbes, presidente da CAM-CCB (órgão da câmara de comércio Brasil-Canadá).
“As cláusulas de arbitragem já constavam nos contratos que essas empresas firmavam com parceiras, mas houve um tempo de maturação para que aparecessem.”
De 2016 para o ano passado houve uma diminuição dos valores médios que entraram em disputa na instituição. “Isso é resultado dessa popularização”, diz Forbes.
Na câmara da Fiesp também se observou casos de valores menores, afirma o secretário-geral Luís Peretti.
“Víamos, no passado, predominância de disputas do setor de óleo e gás, mas temos agregado até mesmo casos de disputas entre pessoas físicas e pessoas jurídicas.”
À espera do plano de saúde
Hospitais privados aguardaram, em média, 73,2 dias para receber os pagamentos feitos por planos de saúde em 2017, segundo a Anahp (associação que representa o setor). No ano anterior, o intervalo foi de 66,4 dias.
O índice de glosas (procedimentos realizados que não foram pagos) pelas operadoras também subiu e passou a representar 4,1% da receita líquida dos prestadores de serviço. O indicador ficou em 3,4% em 2016.
“Por mais eficiente que a empresa seja, ela precisa buscar capital de giro no mercado financeiro para manter a operação”, diz Francisco Balestrin, presidente do conselho da entidade.
“O crédito no nosso país é caríssimo. Isso leva a uma necessidade de aumento das nossas despesas financeiras, o que impacta no caixa das empresas.”
As receitas por paciente dos hospitais privados cresceram 7,5%, um nível inferior ao dos custos (8,1%) pelo segundo ano consecutivo.
Número de empresas inadimplentes sobe 11% em 2017
O total de empresas endividadas no país bateu novo recorde em dezembro, segundo o Serasa Experian. Foram 5,3 milhões de inadimplentes no mês, 10,8% a mais que o registrado no mesmo período de 2016.
O resultado ruim é influenciado pelo setor de serviços, que ainda está em recessão.
“Segmentos da indústria e do comércio têm crescido, mas a área de serviços ainda patina e representa mais da metade do total de negativadas”, diz Luiz Rabi, economista do birô de crédito.
Cerca de 93% dos negócios com o nome sujo na praça são micro e pequenas empresas, aponta o levantamento.
Apesar do crescimento do indicador, há desaceleração no ritmo da alta e o Serasa estima uma estabilização ainda neste ano.
“O número aumentou abaixo da média de 0,9% em novembro [0,6%] e dezembro [0,7%]. Se o fluxo de caixa das companhias mais afetadas pela crise melhorar como previsto, o índice deverá parar de subir no segundo semestre.”
O valor total de dívidas também cresceu: somava R$ 122,9 bilhões em dezembro, montante 10,1% maior que o do mesmo mês de 2016.
Emprego Hospitais brasileiros geraram cerca de 18,7 mil postos de trabalho de janeiro a novembro do ano passado, um aumento de 3,7% em relação ao mesmo período de 2016, segundo a Anahp e o Ministério do Trabalho.
Acelera Novas tecnologias, como carros autônomos e elétricos, corresponderão a 17% da receita da indústria automobilística até 2025, segundo estudo do BCG.
Atualmente, respondem por apenas 1%.
Capacitação Mais de 2.500 funcionários do Bradesco fizeram os cursos de criatividade oferecidos pelo banco. Há dois treinamentos na área, de duração entre quatro e oito horas, com inscrições abertas.
Fonte- Folha de São Paulo- 24/1/2018-
http://www1.folha.uol.com.br/colunas/mercadoaberto/2018/01/1952826-sobe-quantidade-de-litigios-levados-por-empresas-as-camaras-de-arbitragem.shtml