Nova plataforma de cobrança da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) já tem 70% de aderência dos novos boletos expedidos, mas preocupa emissores com possível repasse de preços.
A mudança consiste na obrigatoriedade de inclusão de dados em todos os boletos emitidos a partir de janeiro de 2017. O objetivo é eliminar as fraudes no setor.
A plataforma será concluída em dezembro, e é um movimento conjunto da Febraban com os grandes bancos e com a Câmara Interbancária de Pagamentos (CIP).
Segundo Walter de Faria, diretor adjunto de operações da Febraban, a preparação de todos os envolvidos já está acontecendo há um ano e meio.
“A grande maioria dos 30% que faltam aderir é do próprio conglomerado dos bancos, que viram de uma vez só. Mas esse tipo de coisa é pequeno perto do que já mensuramos”, avalia o diretor.
Para Fausto Ferraz, diretor executivo da Controlbanc, no entanto, o receio é de repasse de preços por parte dos bancos emissores, que terão obrigações a mais a cumprir e podem refletir em uma reprecificação.
“A partir do momento em que o banco é obrigado a registrar boleto com operacional, a conta disso é repassada para a empresa emissora e o aumento de custo terá que ser equacionado pelos varejistas.”
Segundo Faria, no entanto, apesar de “exigir alguns ajustes de quem emite”, caberá a cada instituição financeira estabelecer sua política de preços de acordo com sua estratégia.
Avaliação interbancária
Para Ferraz, outra tendência é a migração de instituições financeiras não bancárias para a própria emissão de boletos.
“A plataforma trará a possibilidade de pagar em qualquer banco, mesmo após o vencimento. Quem consegue trazer a conta para dentro de casa sem elevar gastos, cortar o provável avanço de preço dos bancos é vantajoso”, conclui.
Fonte- DCI- 22/9/2016- http://www.seteco.com.br/nova-plataforma-de-cobranca-pode-gerar-repasse-de-precos-dci/