Em 12 meses, setor ainda acumula queda de 0,6%, mas taxa negativa é a menos intensa desde junho de 2015, o que aponta para uma trajetória de recuperação.
O volume de serviços prestados no Brasil cresceu 1,2% em agosto na comparação com o julho, segundo pesquisa de desempenho do setor divulgada nesta terça-feira (16) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Trata-se do melhor resultado para o mês nesta base de comparação desde 2011, quando tem inicio a série histórica do levantamento.
Na comparação com o mesmo mês do ano passado, houve alta de 1,6%, a terceira taxa positiva do ano nesse tipo de confronto.
No acumulado no ano, o setor permanece no vermelho, com queda de 0,5%. No acumulado em 12 meses, foi mantida a trajetória de recuperação, ao passar para uma queda de 0,6%, a taxa negativa menos intensa desde junho de 2015 (-0,2%).
O resultado de julho foi revisado de uma queda de 2,2% para um recuo de 2%.
“Depois de um longo período, o setor de serviços começa a mostrar uma série de resultados positivos em função da base de comparação deprimida que nós temos”, disse o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo.
Segundo o pesquisador, somente em agosto o setor de serviços conseguiu superar os efeitos negativos da greve dos caminhoneiros, deflagrada em maio. “Precisou de quatro meses para que o setor de serviços superasse o patamar acumulado de janeiro a abril”, destacou.
Desempenho por setores
O principal impacto positivo no mês partiu do segmento de transportes, que cresceu 3,2% e recuperou parte da perda de 3,9% de julho. Segundo Lobo, o que explica esse crescimento dos transportes é a queda do preço das passagens aéreas neste mês de agosto.
Os demais resultados positivos vieram dos serviços profissionais, administrativos e complementares e outros serviços. Por outro lado, houve queda no volume dos serviços de informação e comunicação e nos prestados às famílias..
Resultados por atividades:
•Transportes, armazenagem e correio: 3,2%
•Serviços de informação e comunicação: -0,6%
•Serviços profissionais e administrativos: 2,2%
•Outros serviços: 1%
•Serviços prestados às famílias: -0,8%
Recuperação lenta
Com o desemprego ainda elevado e confiança dos empresários e consumidores ainda baixa, a economia brasileira tem mostrado um ritmo de recuperação mais lento que inicialmente esperado para 2018.
Indústria, comércio e serviços apresentaram comportamentos distintos em agosto. A produção industrial caiu 0,3% em agosto e teve a 2ª queda mensal seguida. Já as vendas do comércio cresceram 1,3% em agosto, após 3 quedas seguidas.
Após divulgação de alta de apenas 0,2% no PIB no 2º trimestre, analistas do mercado passaram a projetar um crescimento mais próximo a 1% em 2018. Segundo a última pesquisa Focus do Banco Central, a expectativa do mercado é que a economia cresça 1,34% em 2018, menos da metade do que era esperado do começo do ano.
Fonte- G1- 16/10/2018- https://g1.globo.com/economia/noticia/2018/10/16/setor-de-servicos-cresce-12-em-agosto-aponta-ibge.ghtml