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Senado aprova texto-base do cadastro positivo

O plenário do Senado aprovou nesta terça-feira (24) o texto-base do projeto de lei que torna automática a adesão de consumidores ao cadastro positivo.

Os destaques (propostas de alteração ao texto) deverão ser apreciadas nesta quarta (25). Concluída a votação, o texto segue para a Câmara dos Deputados.

O cadastro positivo existe desde 2011 mas nunca decolou –hoje, a estimativa é que apenas 6 milhões de consumidores tenham aderido ao chamado cadastro de bons pagadores.

Um dos motivos é que, para entrar na relação, o consumidor tinha que fazer uma requisição formal. O projeto do Senado, cujo relator é o senador Armando Monteiro (PTB-PE), torna automática a entrada no cadastro positivo. Quem quiser ser excluído deverá fazer a solicitação.

Outra novidade é a inclusão de novas fontes de informações.

Além dos bancos, prestadores de serviço, como concessionárias de luz, gás, água e telefone, serão obrigados a informar sobre pagamentos, o que vai aumentar o alcance do cadastro.

Monteiro acredita que, com isso, o número de participantes do cadastro positivo possa superar 100 milhões em poucos meses.

Nas redes sociais, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou que o cadastro positivo pode resultar em juros mais baixos ao consumidor.

“O novo cadastro positivo vai permitir que toda pessoa ou empresa que pagou suas contas em dia possa ter acesso a crédito mais barato”, afirmou Meirelles. “Na medida em que o novo cadastro for implantado, as taxas de juros cobradas das empresas e consumidores irão cair.”

POLÊMICA

A inclusão automática dos consumidores, porém, é alvo de polêmica. A senadora Lídice da Mata (PSB-BA) apresentou destaque retirando essa mudança, justificando que a adesão deveria continuar sendo voluntária.

Entidades de defesa do consumidor temem ainda que as informações sigilosas dos consumidores possam ser vendidas ou “vazem” para eventuais interessados, uma vez que o projeto de lei altera as regras do sigilo bancário.

Conforme adiantou a Folha, o projeto prevê que apenas birôs de crédito terão acesso às informações dos consumidores. Essas casas terão regulação apertada pelo Banco Central.

Hoje são três as entidades habilitadas a produzir essas informações: Serasa Experian, Boa Vista SCPC e GIC (empresa recém-criada pelos cinco maiores bancos do país e que passa a operar em janeiro).

Pelo projeto, elas vão produzir notas para cada cliente, uma síntese do histórico do tomador de crédito. As informações brutas continuarão sob sigilo.

A nota é que poderá será repassada a lojas, bancos e outros potenciais usuários da informação.

O senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AM) apresentou destaque propondo que o trecho que permite a quebra do sigilo bancário seja excluído.

Outra sugestão de alteração ao texto base que será analisado pelo Senado, de autoria da senadora Lídice da Mata, é a mudança no artigo sobre a responsabilização em caso de vazamento de informações ou de prestação de informações equivocadas sobre os consumidores.

A legislação atual prevê que a responsabilidade é solidária, ou seja, alcança os provedores de informação (bancos), os birôs de crédito e também os usuários (lojas, por exemplo).

O projeto de lei pretende estipular a responsabilidade objetiva, ou seja, culpa-se apenas o responsável pelo erro ou irregularidade.

O objetivo, segundo Monteiro, é evitar que bancos, lojas e birôs deixem o cadastro positivo em desuso, com medo de que haja erros ou irregularidades ao longo da cadeia.

Fonte- Folha de São Paulo- 24/10/2017- http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2017/10/1929916-senado-aprova-texto-base-do-cadastro-positivo.shtml

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