A maioria dos diretores de RH prevê que o uso de trabalhadores temporários terá presença maior nas estratégias das empresas ao longo dos próximos cinco anos, segundo levantamento da companhia de recrutamento Robert Half. Para consultor, o cenário econômico incerto e a perspectiva de aprovação da lei da terceirização de mão de obra fortalecem a tendência.
No Brasil, 87% dos gestores de recursos humanos acham que as empresas vão usar mais trabalhadores temporários nos próximos anos, sendo que 42% concordam fortemente com a necessidade – quase o dobro da média global da pesquisa, que contou com 1.675 profissionais de 12 países. Para Lucas Nogueira, gerente sênior da Robert Half, isso é consequência do uso de profissionais temporários ainda ser novo no país quando comparado com outros mercados.
É crescente, em especial, o uso de contratos temporários para empregar funcionários com experiência em posições mais estratégicas da organização. “Hoje as relações estão mais dinâmicas, e o mercado está mais maduro. Os profissionais temporários são usados por empresas em projetos como mudanças de processos e sistemas”, diz.
Na percepção dos diretores de RH entrevistados, as principais razões para o aumento do uso de temporários serão a necessidade de mais flexibilidade de recursos (31%), análise de custo (28%), o desenvolvimento de mais trabalhos com base em projetos (18%) e a capacidade de conseguir habilidades que não estão disponíveis na empresa (15%).
Para Nogueira, o cenário de crise contribui para incentivar as empresas a se voltarem para profissionais temporários. “Em cenários não tão claros, a perspectiva da empresa é de não contratar, mas a atividade continua”, diz. As áreas que mais demandam temporários hoje são a financeira – em especial profissionais de tesouraria, contabilidade ou tributário – e a de tecnologia.
A perspectiva da aprovação da lei que regulamenta a terceirização da mão de obra também facilitaria o uso de profissionais temporários pelas empresas, segundo Nogueira, pois contratos temporários com mais de seis meses de duração são realizados por meio da terceirização.
Fonte: Valor Econômico, por Letícia Arcoverde, 14.04.2015; http://www.granadeiro.adv.br/template/template_clipping.php?Id=15773