Com dificuldade do governo em aprovar as reformas, principalmente da Previdência, especialistas apontam formas de elevar a arrecadação.
Apesar de o governo insistir que não tem “plano B” para o caso de a reforma da Previdência não ser votada, os economistas especializados em contas públicos têm. A lista de alternativas busca aliviar a pressão sobre o orçamento em 2018 e 2019, tempo necessário para a eleição do próximo presidente e a retomada das discussões sobre as reformas. No levantamento dos especialistas, há R$ 260 bilhões em desonerações e gastos que podem ser reavaliados.
A lista inclui quatro medidas: revisão de desonerações criadas no governo de Dilma Rousseff; restauração da tributação sobre lucros e dividendos de pessoa física, que foi extinta no governo de Fernando Henrique Cardoso; revisão de 25% dos gastos da máquina pública que estão em contratos terceirizados; e a suspensão temporária de reajustes a servidores, aprovados na gestão de Michel Temer.
O pré-requisito da discussão, para todos os economistas, é o mesmo: a reforma da Previdência é inevitável. “Se não for feita agora, será em breve, e quanto mais tempo a gente demorar, mais dura ela será”, diz o economista Paulo Tafner pesquisador Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas da Universidade de São Paulo (Fipe/USP). A razão é simples: nenhuma outra medida tem o impacto e longevidade da reforma. Pelos cálculos de Tafner, se a proposta em tramitação fosse aprovada e entrasse em vigor, haveria uma economia de R$ 606 bilhões ao longo de dez anos. Nos dois primeiros anos – 2018 e 2019 – a economia prevista é menor: soma R$ 50 bilhões – que, para os economistas, pode ser coberta por outras fontes, caso a reforma atrase.
5/6/2017
Fonte- http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,plano-b-vai-de-corte-de-desoneracoes-a-alta-de-impostos-e-pode-gerar-r-260-bi,70001825276