Entre todas as inovações disponíveis no mercado, a inteligência artificial é a mais promissora para os profissionais que atuam diariamente com operações tributárias no Brasil. É o que conclui estudo feito pela Thomsom Reuters e pela Live University, instituição especializada em cursos voltados para negócios. O levantamento ouviu mais de 300 profissionais em posições de liderança e especialistas das principais organizações do país.
De acordo com a pesquisa, 61% dos profissionais do setor tributário acreditam que a inteligência artificial (machine learning) é a inovação com maior capacidade de trazer benefícios a este setor, seguido de 33% que consideram ser a ciência de dados (data science) melhor, e 10% optam pelos robôs de conversa (chat bots).
“Esta afirmação se justifica pelos recursos digitais que o mercado tem apresentado para este mercado, o que tem possibilitado a estes profissionais armazenar cada vez mais a sua base de trabalho e de documentos na nuvem, o que reduz os custos e o tempo de acesso aos arquivos físicos de qualquer organização”, explica Santiago Ayerza, diretor-administrador para o segmento Corporativo da Thomson Reuters América Latina.
A grande maioria dos entrevistados, 89%, acredita que a adoção de novas tecnologias tende a ser cada vez mais positiva a área tributária, pois não só auxiliarão na rotina das atividades contábeis como também tornarão os processos eficientes e com menos riscos de fraudes. E este argumento é levado em conta a ponto que 56% das empresas pretendem manter e ampliar os investimentos nesse sentido para 2019, e 44% das organizações já fazem uso, porém não têm a intenção de implementar novas ferramentas por conta da falta de recursos.
“Estes dados se justificam, pois devido às constantes e inúmeras alterações tributárias e legislativas que ocorrem no Brasil, a adoção da tecnologia, quando bem desenvolvida e atualizada com frequência, torna a rotina dos especialistas contábeis mais ágil, eficiente e faz com que estes profissionais possam se dedicar a outras tarefas que também serão benéficas ao cliente ou a empresa que atuam, eficiente e com riscos mínimos de erros”, reforça o executivo.
No entanto, mesmo com o aumento do uso da tecnologia nos departamentos tributários, a pesquisa afirma que 46% dos entrevistados não utilizam processos automatizados em seus setores. Já 25% deste público afirma que algumas das tecnologias adotadas não são compatíveis com as necessidades das áreas, o que pode tornar o processo de trabalho ineficiente. E outros 25% dos pesquisados ainda se deparam com um grande volume de documentos físicos em seus setores.
Mudanças na profissão
Esta pesquisa também identificou que para se manter no mercado, os profissionais que atuam na área tributária terão de estar atentos às inovações que envolvem as suas atividades de trabalho. Somente 36% dos entrevistados preferem contratar profissionais com muita experiência na área, porém com pouco conhecimento em tecnologias. Já 61% optam em eleger os profissionais que tem pouca atuação na área, mas experiência com inovações.
O bom sinal é que o mercado está atento, pois 84% afirmam que suas organizações estão investindo na capacitação para que os colaboradores estejam preparados para as mudanças que devem surgir.
“O bloco composto por internet of things (internet das coisas), blockchain, data science, artificial intelligence e machine learning é a grande mudança de funções e transformação dos empregos nos próximos anos. Com a maior parte dos decisores otimistas quanto ao cenário mundial, e confiantes que o cenário brasileiro pode melhorar a partir de 2019, um cenário propício para implementação de novas tecnologias vai, aos poucos, se delineando”, analisa Alex Leite, diretor educacional da Live University Confeb.
Fonte: Revista Consultor Jurídico; Clipping da Febrac- 14/12/2018.