No próximo mês de setembro, a versão 2008 da norma ISO 9001 (qualidade) e a versão 2004 da norma ISO 14001 (ambiental) simplesmente perderão a validade. Ou seja, as empresas que não fizerem a atualização, perderão a certificação por completo.
Segundo o fundador da consultoria em gestão da qualidade Palas, Alexandre Piero, entre os motivos para o atraso estão: os cortes advindos da crise, a falta de conhecimento dos empresários quanto à necessidade de atualização e o velho hábito do brasileiro de deixar tudo para a última hora.
“De tempos em tempos as normas são revistas, a fim de garantir que os requisitos avaliados estejam em conformidade com as transformações pelas quais o mercado atravessa. O objetivo é mantê-las atualizadas, garantindo sempre as melhores práticas”, diz Alexandre Piero, também engenheiro mecânico e bacharel em física aplicada pela Universidade de São Paulo (USP).
Ele lembra que a grande novidade da versão 2015 é a inclusão de metodologias para a gestão de riscos, garantindo mais qualidade aos produtos, redução dos impactos ambientais e dos problemas financeiros. “As normas dão garantias ao mercado de que suas organizações possuem altos padrões de qualidade dos produtos e/ou serviços prestados (ISO 9001), além que cumprem rigorosamente as legislações ambientais do país (ISO 14001)”, explicou Piero.
O Brasil já foi o 10° país do mundo em número de certificações, sendo o maior da América Latina. No total, 20.232 empresas brasileiras conquistaram a ISO 9001 na versão 2008. No entanto, apenas 676 possuem a 2015. No caso da ISO 14001, 2.978 possuem a versão 2004. Na 2015, apenas 98. “Caso as empresas deixem de fazer a migração, passaremos então ao menor número de empresas certificadas no continente. Dessa forma, o Brasil irá perder competitividade com empresas estrangerias e uma parcela significativa da sua participação no mercado exterior”, argumentou.
Fonte- DCI- 4/5/2018- http://www.seteco.com.br/empresas-locais-podem-perder-as-certificacoes-dci/