Hora de rever conceitos e focar no longo prazo. Nesse sentido, o segundo painel do 2º Seminário de Conduta Empresarial Responsável (CER) – Melhores Práticas – Brasil e União Europeia, realizado nesta terça-feira (22/11), na sede da Fiesp, em São Paulo, trouxe o debate sobre a chamada competitividade sustentável. Isso destacando a conduta empresarial responsável e a governança como critério de investimento.
“Sem foco social e ambiental as empresas não duram, não ficam 50 anos no mercado”, disse a superintendente de fundos indexados da Itaú Asset Management, Tatiana Grecco. “Preciso dizer ao meu investidor que ele está investindo em companhias com esse perfil de longo prazo”.
“Nos últimos 15 anos, a rentabilidade acumulada do índice de sustentabilidade empresarial da Bovespa acumulou 538%, para 370% do índice geral da Bolsa”, afirmou o diretor da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), Mário Sergio Vasconcelos. “Isso prova que empresas com práticas reais no âmbito da sustentabilidade têm um retorno maior do seu negócio”.
Um retorno que pede um trabalho efetivo por parte das corporações. “A sustentabilidade não pode ser um projeto, precisa estar inserida na companhia como uma estratégia”, explicou o gerente de Relações com Investidores da Duratex, Guilherme Setubal Souza e Silva.
Um trabalho efetivo e todo um esforço para explicar ao mercado o retorno concreto desse esforço. “O mercado financeiro está olhando para investimentos em sustentabilidade”, disse a coordenadora do Programa Finanças Sustentáveis do GVces, Annelise Vendramini. “A contrapartida das empresas é conseguir dialogar com esses mercados, explicar o valor que tem a sustentabilidade também dentro de uma lógica financeira”.
E empresa nenhuma “precisa esperar ficar grande” para pensar nesses temas. “É preciso refletir sobre isso desde a abertura do negócio, ter a convicção da sustentabilidade como um valor”, afirmou Silva.
Nessa linha, é preciso ter foco ainda na transparência das informações. “Tive um gestor que me dizia que, a cada divulgação de resultados, a gente devia antecipar as piores perguntas que poderiam ser feitas e já respondê-las nos relatórios”, disse Silva. “Os investidores estão mais qualificados, não existe mais informação sigilosa”.
“O mercado gosta de ver uma linha do tempo, de acompanhar o desempenho da empresa na busca pelo desempenho da sua estratégia”, explicou Tatiana. “Tudo o que a empresa não informar o investidor vai concluir por conta própria”.
Conhecimento
Encerrando o seminário, o chefe da Secção de Assuntos Comerciais da Delegação da União Europeia, Nicola Ardito, destacou que a discussão apresentada no evento será capaz de “gerar valor concreto” para as empresas. “Queremos apoiar as empresas por meio do conhecimento, ser sustentável é um bom negócio”, afirmou. “E a pressão a esse respeito virá dos consumidores, as companhias não terão outra escolha”.
Diretora do Comitê de Responsabilidade Social (Cores) da Fiesp, Gracia Fragalá aprovou o fato de as corporações terem falado das suas experiências no evento. “Vocês podem promover grandes transformações”, disse. “Estamos à disposição para ajudar as pequenas e médias indústrias a implantarem as suas políticas de sustentabilidade”.
Já o diretor titular adjunto do Departamento de Meio Ambiente (DMA) da federação, Paulo Roberto Dallari Soares, se disse satisfeito pelo fato de a Fiesp ter um setor ligado ao meio ambiente desde 1972. “Fomos a primeira entidade empresarial a ter um núcleo nesse sentido”.
Soares citou ainda ações como a distribuição, pela entidade, de 1 milhão de kits com redutores de vazão para torneiras em todo o estado de São Paulo no auge da crise hídrica, em 2015. “Ainda temos um guia de produção e consumo sustentável à disposição dos empresários, entre várias outras ações”, afirmou. “Caminhamos a passos largos em nome da sustentabilidade”.
22/11/2016
Fonte- http://contabilidadenatv.blogspot.com.br/2016/11/empresas-com-praticas-reais-no-ambito.html