Home > PEC > Base de Temer barra votação na Câmara da PEC das diretas

Base de Temer barra votação na Câmara da PEC das diretas

No primeiro dia de funcionamento pleno do Congresso após o estouro da crise que ameaça do governo, a base de apoio a Michel Temer barrou nesta terça-feira (23) a votação, na Câmara dos Deputados, da proposta de emenda à Constituição que estabelece eleições diretas no caso da queda do peemedebista.

A PEC, de autoria do deputado Miro Teixeira (Rede-RJ), seria votada na Comissão de Constituição e Justiça, que é o primeiro passo da tramitação.

A ação dos governistas, que são maioria na Casa, é uma sinalização clara de que o Congresso inclina-se a manter a atual regra no caso de uma possível queda de Temer, a de eleição indireta do novo presidente pelo voto dos 594 deputados e senadores.

A primeira manobra dos partidos governistas foi não registrar presença na comissão. Com isso, a sessão começou com quase uma hora de atraso, às 15h26, quando a oposição e alguns dissidentes conseguiram reunir 34 deputados, que é o quórum exigido para abertura dos trabalhos.

Iniciada a sessão, os governistas apresentaram requerimentos protelatórios com o intuito de inviabilizar a votação nesta terça. O que acabou acontecendo, em meio a muito bate-boca entre deputados. Às 16h20 a sessão caiu por que o plenário da Casa, comandado por Rodrigo Maia (DEM-RJ), aliado de Temer, iniciou a fase de votações. A oposição acusou Maia e os governistas de promoverem um “golpe”.

“Um governo que precisa recorrer à obstrução [de votações] é um governo que já acabou. O governo Temer já acabou”, discursou o deputado Alessandro Molon (Rede-RJ). “O que vemos aqui é que os governistas, no seu desespero e desconforto, obstruem a democracia, enquanto o governante maior abre as portas para a roubalheira e a corrupção”, afirmou Chico Alencar (PSOL-RJ), que chamou Maia de “ladrão”.

Para o governista José Carlos Aleluia (DEM-BA) se se considerar válido o argumento de que o Congresso não tem legitimidade para eleger um eventual sucessor de Temer, não teria também para mudar a Constituição estabelecer “diretas-já”.

A proposta pode voltar a ser analisada nas próximas sessões da comissão.

REGRAS

A PEC estabelece que, no caso da vacância do cargo de presidente, deve ser realizada eleição direta, a não ser que isso ocorra nos seis meses finais do mandato.

A atual regra constitucional determina que haja eleição indireta, pelo Congresso Nacional, se o cargo ficar vago nos dois anos finais do mandato. Essa é a atual situação. Falta pouco mais de um ano e sete meses para o término do mandato de Temer, que assumiu o cargo em 2016 após o impeachment de Dilma Rousseff, de quem era vice.

No caso da queda do peemedebista, assume interinamente o poder o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que teria 30 dias para convocar uma eleição indireta. Os 513 deputados e 81 senadores, em sessão conjunta, seriam os eleitores. A votação tende a ser secreta.

CPI

Em resposta a manobra da base aliada de barrar os debates na CCJ, a oposição passou a recolher na tarde desta terça-feira (23) assinaturas para a instalação na Câmara de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para apurar suspeitas de crimes cometidos pelo presidente Michel Temer.

Segundo o deputado Alessandro Molon (Rede-RJ) a instalação da CPI seria uma forma também de retaliar o fato de o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) se negar a analisar os nove pedidos de impeachment de Temer protocolados desde a semana passada.

Segundo Molon, em 15 minutos, ao menos 20 parlamentares já assinaram o requerimento. São necessários, contudo, 171 assinaturas favoráveis ao requerimento para a CPI ser instalada.

Atualmente, o cálculo que se faz é que a oposição teria cerca de 100 membros na Câmara. O número pode variar até 125, quando considerados partidos que estão divididos, como o caso do PSB. Embora tenha anunciado o desembarque do governo, o PSB tem um ministro, Fernando Filho (Minas e Energia) no governo, além de alguns deputados que ainda votam com a base de Temer.

Fonte- Folha- 23/5/2017-
http://www1.folha.uol.com.br/poder/2017/05/1886633-base-de-temer-barra-votacao-na-camara-da-pec-das-diretas.shtml

You may also like
PEC determina que posse de deputado como suplente leve à perda de outro mandato
PEC 8/17- PEC garante presença de ambos os sexos entre os indicados para tribunais
PEC limita poder do Estado de alterar regras previdenciárias
Comissão especial sobre a PEC da Reforma Tributária será instalada hoje
Iniciar WhatsApp
Olá 👋
Podemos ajudá-lo?