Foi o maior resultado mensal da série histórica iniciada em janeiro de 2011. No 2º trimestre, entretanto, o setor recuou 0,3%. No semestre, fechou em queda de 0,9%.
O volume de serviços prestados no Brasil avançou 6,6% em junho, na comparação com maio, segundo pesquisa de desempenho do setor divulgada nesta terça-feira (14) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A alta vem após uma queda de 5% em maio – a maior já registrada pela pesquisa –, fortemente influenciada pela greve dos caminhoneiros, que durou 11 dias no final de maio.
Segundo o IBGE, trata-se do maior resultado da série histórica, iniciada em janeiro de 2011.
O setor de serviços tem forte peso na economia brasileira, representando cerca de 70% da composição do Produto Interno Bruto (PIB).
Apesar de ter conseguido mais do que se recuperar das perdas de maio, o setor encerrou o 2º trimestre com uma queda de 0,3% na comparação com o 1º trimestre do ano – a segunda queda consecutiva. Na comparação com o mesmo trimestre de 2017, também houve queda de 0,3% – a 14ª queda nesta base de comparação.
Queda no semestre e no acumulado em 12 meses
Em relação à junho de 2017, o volume de serviços avançou 0,9%. Com isso, houve redução no ritmo de queda do acumulado do ano, que passou de -1,3% em maio para -0,9% em junho.
Já o acumulado em 12 meses ficou em -1,2%, superando o resultado anterior à greve dos caminhoneiros, já que em abril o indicador havia sido de -1,4% e o de maio, -1,6%. Apesar do resultado negativo, o IBGE aponta que há sinais de recuperação.
“Com esse resultado de junho, o setor retoma sua trajetória ascendente que havia sido interrompida em maio”, destacou o gerente da Pesquisa Mensal de Serviços, Rodrigo Lobo.
“Tivemos perdas irreparáveis em maio e elas não se desfazem. No final do ano, se a gente tiver um resultado positivo, ele poderia ser maior não fossem as perdas daquele mês. E se o resultado for negativo, ele poderia ser menos intenso não fossem os efeitos da greve dos caminhoneiros”, disse.
Desempenho por setor
O avanço em junho foi puxado pelos serviços de transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio, que cresceu 15,7%. O segmento de transporte terrestre teve alta de 23,4%, impulsionado pelo aumento na receita das empresas de transporte rodoviário de carga, e o de transporte aéreo cresceu 12,1%.
Outros destaques de alta foram os ramos de serviços de informação e comunicação (2,5%), de outros serviços (3,9%) e de serviços profissionais, administrativos e complementares (0,4%).
Dos quatro principais segmentos dos serviços, apenas aqueles prestados às famílias tiveram queda em junho. Segundo o IBGE, o que explica o recuo deste segmento são os restaurantes.
Os serviços prestados às famílias recuaram 2,5%, a segunda taxa negativa seguida. Também registraram queda serviços de alojamento e alimentação (-2,4%) e serviços técnico-profissionais (-2,2%).
Por regiões
Regionalmente, 22 dos 27 estados tiveram altas nos serviços em junho, na comparação com o mês imediatamente. O destaque foi São Paulo, com alta de 4,6%, a alta mais intensa desde o início da série histórica. Outros resultados positivos vieram de Minas Gerais (9,8%), Paraná (10,1%), Rio de Janeiro (3,6%), Mato Grosso (22,6%) e Bahia (9,7%).
Recuperação lenta
Com o desemprego ainda elevado e confiança dos empresários ainda baixa diante das incertezas em relação às eleições, o ritmo de recuperação da economia segue mais lento que o esperado.
Pesquisa Focus mais recente do Banco Central, que ouve cerca de uma centena de economistas todas as semanas, aponta que as expectativas para o crescimento da economia para este ano estão em 1,49%, metade do que era esperado alguns meses antes. O próprio governo federal reduziu recentemente sua previsão de crescimento do PIB neste ano de 2,5% para 1,6%. Até maio, estava em 2,97%.
Fonte- G1- 14/8/2018- https://g1.globo.com/economia/noticia/2018/08/14/setor-de-servicos-cresce-66-em-junho-aponta-ibge.ghtml